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Relatos em redes sociais de casos de trombose levantam polêmica sobre pílula

Relatos em redes sociais de casos de trombose levantam polêmica sobre pílula

AGÊNCIA BRASIL

13/08/2016 - 14h21
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Um caso recente de trombose cerebral relacionado ao uso de pílula anticoncepcional reacendeu nas redes sociais a discussão sobre os riscos do uso de métodos contraceptivos hormonais.

A estudante Juliana Bardella, 22 anos, acordou um dia sem conseguir se mover, foi diagnosticada com trombose, passou 15 dias internada e após a recuperação compartilhou sua história nas redes.

Depois disso, vários outros depoimentos foram compartilhados, como o de Gabriela Abu El Haj, que aos 25 anos teve trombose venosa profunda na perna, provavelmente por causa do uso da pílula.

“Foi um espanto para todo mundo. Sou meio natureba, não tenho histórico de trombose na família, nem de hipertensão, nunca fumei e não tenho outros fatores de risco. Fiz até o teste genético para saber se tenho mais risco de ter trombose e deu negativo”, contou Gabriela à Agência Brasil.

A funcionária pública, que hoje tem 28 anos, tomava pílula desde os 17 e relatou que poucos dias depois de fazer uma viagem de sete horas sentiu dores na perna e inchaço.

Ao fazer uma ressonância, descobriu o coágulo na perna direita. Depois de consultar um hematologista e um angiologista, ambos relacionaram o problema ao uso da pílula combinado com o longo período que ela ficou sentada em uma mesma posição.

RECLAMAÇÃO

Gabriela reclama que não recebeu informação dos ginecologistas que consultou ao longo da vida sobre os riscos do medicamento.

“Eu sempre tentava conversar com a ginecologista, com medo dos efeitos, pensando em parar, já que todo mundo fala que colocar hormônio no corpo não é bom, mas a resposta sempre era que não tinha problema. Os médicos deveriam apresentar os riscos.”

Já a funcionária pública Flora Maravalhas, 32 anos, não teve problemas sérios com o uso da pílula, mas como sentiu alterações no organismo em cerca de um ano de uso, preferiu mudar o método.

“Senti o corpo diferente, ficava inchada, intestino solto, emocionalmente frágil, sensível. Foi quando ouvi falar de um método contraceptivo no qual você mede sua temperatura e a partir de uma série de informações calcula se você tem chances de engravidar”, contou sobre o método adotado ha cerca de um mês.

ALTERNATIVAS

Segundo a ginecologista Marli Virgínia Nóbrega, ao contrário de medicamentos que são usados para curar algo que está errado ou restabelecer uma função do corpo, a pílula hormonal serve para “atrapalhar” a função natural do organismo, alterando o funcionamento dos ovários.

“Esses hormônios têm consequências que vão além de evitar engravidar. Fenômenos tromboembólicos, mais chance de trombose, de ter um AVC [Acidente Vascular Cerebral]”, lista a médica. Segundo ela, a perda de libido também é um efeito comum em quem usa contraceptivos hormonais.

A especialista defende formas alternativas para evitar a gravidez, como o Método Billings, que consiste na observação do muco cervical, e também o método da medição da temperatura, que indicam se a mulher está no período fértil.

“É preciso que o profissional explique detalhadamente os métodos. Se eles forem bem executados, as chances de erros são menores do que as do uso da pílula. Além disso, as mulheres passam a conhecer melhor o próprio corpo.”

FERRAMENTA VÁLIDA

Por outro lado, o ginecologista e professor da pós-graduação em ginecologia e obstetrícia da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Carlos Cunha, considera os anticoncepcionais hormonais boas ferramentas para o planejamento familiar, porém, alerta que o uso deve ser feito com indicação médica.

“Temos que ver o fundamento destes relatos do ponto de vista científico. A pílula é um medicamento, e como qualquer outro, tem que ser bem indicado e tem riscos e benefícios. Quando a gente indica a pílula, precisa fazer avaliação do histórico familiar com tromboembolismo, problemas relacionados a hipertensão, diabetes”, explicou.

O especialista destaca que, como a pílula anticoncepcional é um dos medicamentos mais usados no mundo, é natural que surjam relatos de efeitos colaterais.

“O maior problema da pílula é usar sem indicação médica.” Cunha ressalta a necessidade de exames clínicos e observação de fatores como obesidade, hipertensão, alteração de colesterol, taxa de triglicerídios, diabetes e hipertensão antes da indicação de uso de hormônios.

“Uma série de avaliações clínicas vão dizer se ela tem contraindicações. Às vezes ela tem contraindicação para pilula, mas pode usar DIU [dispositivo intrauterino].”

Para o especialista da UnB, não existe método ideal para evitar a gravidez. A indicação vai depender da fase da vida pela qual cada mulher está passando. “Se é jovem, se quer ter filho logo ou daqui a dez anos, se está amamentando, se tem histórico familiar dos fatores de risco. Tudo isso vai influenciar no método a ser indicado.”

Os riscos de uma gravidez inesperada, segundo o especialista, também devem ser considerados. “A gravidez indesejada muitas vezes acaba levando a procura pelo abortamento, e abortamento no Brasil é ilegal, sem segurança, o que pode levar a mulher a sequelas graves e até a morte”, alerta.

ANVISA

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou esta semana que o risco de formação de coágulos associado aos contraceptivos depende do tipo de hormônio progesterona presente no medicamento.

“Mulheres que usam anticoncepcionais contendo drospirenona, gestodeno ou desogestrel têm um risco de quatro a seis vezes maior de desenvolver tromboembolismo venoso, em um ano, do que as mulheres que não usam contraceptivos hormonais combinados”, alertou a agência, em nota.

No entanto, a Anvisa ressalta que, até o momento, os benefícios dos anticoncepcionais na prevenção da gravidez continuam a superar seus riscos. Além disso, os riscos de eventos como trombose envolvendo todos os contraceptivos orais combinados é conhecidamente pequeno, segundo a agência.

A recomendação da Anvisa é que as mulheres façam exames e considerem o histórico familiar antes de iniciar o uso de qualquer contraceptivo hormonal. Os exames clínicos precisam ser repetidos pelo menos uma vez ao ano durante o uso de medicamentos contraceptivos.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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