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Morte de atriz chinesa abre debate
sobre terapias alternativas do câncer

Morte de atriz chinesa abre debate
sobre terapias alternativas do câncer

BEM ESTAR

17/09/2016 - 12h31
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No início deste ano, a atriz chinesa Xu Ting foi diagnosticada com linfoma, um tipo de câncer que afeta o sistema imunológico. Mas a artista de 26 anos decidiu não se submeter à quimioterapia porque, segundo afirmou na ocasião, achava o tratamento excessivamente caro e doloroso e temia seus efeitos colaterais.

"Não quero que a quimioterapia me atormente e me afete a ponto de eu ficar irreconhecível, de perder todo o meu dinheiro e minha própria essência", escreveu ela em seu blog.

Ela recorreu, então, à medicina tradicional chinesa.

Agora, a morte da jovem gera um debate na China sobre a eficácia desse tipo de procedimento para tratar o câncer.

Curas que não curam
A atriz tornou pública sua doença em julho deste ano em sua página na rede social Weibo, com 300 mil seguidores.

Desde então, ela documentou todo o processo na internet.

Constantemente, Xu publicava fotos de si mesma sendo submetida a diversas terapias, dando uma amostra dos métodos da medicina tradicional de seu país - ventosaterapia, acupuntura, alongamento de coluna e um método chamado "gua sha", que consiste em raspar a pele para produzir pequenos hematomas.

Já a ventosaterapia consiste em acender líquido inflamável dentro de copos redondos de vidro. Uma vez que a chama se apaga, forma-se um vácuo parcial no interior do copo.

A diferença entre a pressão interior e exterior acaba por gerar uma força de sucção, estimulando o fluxo sanguíneo e deixando os círculos vermelhos, que desaparecem entre três e quatro dias.

Quando sua doença começou a piorar, a atriz chinesa decidiu por fim aderir à quimioterapia, mas morreu no dia 7 de setembro, pouco depois de iniciar o tratamento, informou o jornal britânico The Guardian.

'Fantasiosas'

Milhares de pessoas nas redes sociais acompanharam o calvário de Xu pelos tratamentos tradicionais, e muitos lhe pediram que recorresse à medicina ocidental.

"Preste atenção, a medicina chinesa é completamente inútil na batalha contra o câncer, procure um médico", opinou um seguidor de Xu Ting.

Outro fã disse: "Deixe de lado os tratamentos tradicionais, são uma fantasia. O que você precisa é de uma medicina contemporânea se você quer se salvar".

A atriz respondeu que trabalhou muito durante toda a sua vida para pagar os estudos de seus seis irmãos, as dívidas de seus pais e uma casa.

Xu acrescentou que nunca se sentiu confortável gastando dinheiro consigo mesma.

Depois da notícia da morte de Xu, as redes sociais chinesas foram inundadas por comentários.

No Weibo (conhecido como o Twitter chinês), a hashtag #XuTing'sDeathAndChineseMedicine (#MortedeXuTingeeMedicinaChinesa) ficou entre as mais compartilhadas.

Alguns usuários que participaram do debate defenderam que a medicina chinesa não deveria ser considerada culpada pela morte da atriz.

"Há muitos pacientes de câncer que morrem depois da quimioterapia. Nesse caso, vão dizer que a medicina ocidental também é uma farsa?", assinalou um jornalista de uma rede de TV de Pequim.

"A medicina chinesa tem milhares de anos. Nem tudo o que os médicos ocidentais dizem é verdade", acrescentou outro usuário.

O chefe do departamento de medicina tradicional chinesa da Academia de Ciências Médicas de Pequim, Feng Li, afirmou que a prática milenar poderia ter sido usada para aliviar os sintomas de um tratamento ocidental: "Enquanto abordagens ocidentais como radiologia, quimioterapia e cirurgia são eficazes em reduzir tumores, as terapias chinesas ajudam a combater enjoos, vômitos e dores decorrentes."

O Guardian compilou artigos científicos sobre o assunto na China e identificou uma pesquisa de 2014 mostrando evidências "pequenas a moderadas" de que tratamentos alternativos, incluindo os chineses, podem aliviar dores decorrentes de tumores.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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