Cidades

CONSTRUÇÃO EM ALTA

A+ A-

Três Lagoas fica entre as 15 cidades que mais geraram empregos no país

Somente em abril, município gerou 518 novos postos de trabalho

RENATA PRANDINI, DE TRÊS LAGOAS

27/05/2016 - 17h32
Continue lendo...

Três Lagoas ficou entre as 20 cidades brasileiras com maior saldo em geração de empregos no mês passado. O ranking, baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, cita a cidade na 15ª posição em todo o país e também coloca o município na liderança em Mato Grosso do Sul.

Conforme os dados do Caged, somente em abril, o município gerou 518 novos postos de trabalho, saldo obtido ao comparar o número de contratações (1.648), contra o de demissões (1.140).

Esse resultado está relacionado ao processo de ampliação das fábricas de celulose, Fibria e Eldorado Brasil, que reaqueceram o setor da construção civil. Para se ter uma ideia, dos mais de 500 novos empregos, 222 foram para atender a este setor.

As ocupações voltadas para a construção civil também aparecem entre as que mais foram contratadas no quadrimestre. Segundo o Caged, das cinco ocupações mais procuradas, quatro são voltadas para atender a este segmento. Lidera esse ranking o cargo de armador de estrutura de concreto, com saldo de 217 contratados neste ano e salário médio de R$ 1.466,50. Em segundo, aparece o de servente de obras, 154 contratados no ano (remuneração média de R$ 1.001,64); seguido carpinteiro de obras, 126 contratados e salário de R$ 1.460,07, e carpinteiro, com 102 contratados e salário de R$ 1.465,42, em média. A única ocupação em alta e não relacionada à construção civil é a de trabalhador na extração florestal, com 105 contratados no quadrimestre e salário médio de R$ 934,18.

Ainda segundo os dados do Caged, outros setores da economia três-lagoense também começaram a mostrar reação. A indústria da transformação, recordista em postos de trabalho fechados em 2015, dá sinais de recuperação, encerrando o mês de abril em terceiro lugar na geração de empregos. O setor obteve um saldo positivo de 93 novos postos de trabalho criados no estoque. Serviços ficou em segundo, com o total de 142 novas vagas no estoque. A agropecuária também se manteve em alta, com a criação de mais 80 empregos.

Dos cinco principais setores da economia, somente o comércio não conseguiu mostrar reação na geração de empregos e voltou a fechar o mês no vermelho. Em abril, o segmento extinguiu mais 55 postos de trabalho.

Das três ocupações que mais demitiram, duas são voltadas para o comércio. A com maior saldo de postos de trabalho fechados foi a de vendedor do comércio varejista, com 89 vagas fechadas. Em seguida aparecem a de operador de caixa, com outros 43 empregos extintos e a de preparador de calçados, 29 vagas fechadas.

ANO

Ao todo, a cidade encerra o quadrimestre com saldo positivo de 1.043 novos empregos formais. Mais da metade deles, 728, são voltados para a construção civil. O setor de serviços aparece em segundo, com a criação de 303 novos empregos, seguidos da agropecuária (+205) e indústria (+9).

DISCUSSÃO

Entretanto, esse aumento na geração de empregos tem causado polêmica. Trabalhadores de Três Lagoas alegam não estar sentindo este acréscimo devido ao grande número de desempregados vindos de outras regiões do país em busca de uma oportunidade de emprego no município.

Por dia, mais de 200 pessoas passaram pela Casa do Trabalhador, antigo Centro Integrado de Apoio ao Trabalhador, em busca de uma oportunidade de emprego. Algumas delas chegam a passar a madrugada na fila à espera da lista de vagas.  

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

Continue Lendo...

A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).