Três Lagoas ficou entre as 20 cidades brasileiras com maior saldo em geração de empregos no mês passado. O ranking, baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, cita a cidade na 15ª posição em todo o país e também coloca o município na liderança em Mato Grosso do Sul.
Conforme os dados do Caged, somente em abril, o município gerou 518 novos postos de trabalho, saldo obtido ao comparar o número de contratações (1.648), contra o de demissões (1.140).
Esse resultado está relacionado ao processo de ampliação das fábricas de celulose, Fibria e Eldorado Brasil, que reaqueceram o setor da construção civil. Para se ter uma ideia, dos mais de 500 novos empregos, 222 foram para atender a este setor.
As ocupações voltadas para a construção civil também aparecem entre as que mais foram contratadas no quadrimestre. Segundo o Caged, das cinco ocupações mais procuradas, quatro são voltadas para atender a este segmento. Lidera esse ranking o cargo de armador de estrutura de concreto, com saldo de 217 contratados neste ano e salário médio de R$ 1.466,50. Em segundo, aparece o de servente de obras, 154 contratados no ano (remuneração média de R$ 1.001,64); seguido carpinteiro de obras, 126 contratados e salário de R$ 1.460,07, e carpinteiro, com 102 contratados e salário de R$ 1.465,42, em média. A única ocupação em alta e não relacionada à construção civil é a de trabalhador na extração florestal, com 105 contratados no quadrimestre e salário médio de R$ 934,18.
Ainda segundo os dados do Caged, outros setores da economia três-lagoense também começaram a mostrar reação. A indústria da transformação, recordista em postos de trabalho fechados em 2015, dá sinais de recuperação, encerrando o mês de abril em terceiro lugar na geração de empregos. O setor obteve um saldo positivo de 93 novos postos de trabalho criados no estoque. Serviços ficou em segundo, com o total de 142 novas vagas no estoque. A agropecuária também se manteve em alta, com a criação de mais 80 empregos.
Dos cinco principais setores da economia, somente o comércio não conseguiu mostrar reação na geração de empregos e voltou a fechar o mês no vermelho. Em abril, o segmento extinguiu mais 55 postos de trabalho.
Das três ocupações que mais demitiram, duas são voltadas para o comércio. A com maior saldo de postos de trabalho fechados foi a de vendedor do comércio varejista, com 89 vagas fechadas. Em seguida aparecem a de operador de caixa, com outros 43 empregos extintos e a de preparador de calçados, 29 vagas fechadas.
ANO
Ao todo, a cidade encerra o quadrimestre com saldo positivo de 1.043 novos empregos formais. Mais da metade deles, 728, são voltados para a construção civil. O setor de serviços aparece em segundo, com a criação de 303 novos empregos, seguidos da agropecuária (+205) e indústria (+9).
DISCUSSÃO
Entretanto, esse aumento na geração de empregos tem causado polêmica. Trabalhadores de Três Lagoas alegam não estar sentindo este acréscimo devido ao grande número de desempregados vindos de outras regiões do país em busca de uma oportunidade de emprego no município.
Por dia, mais de 200 pessoas passaram pela Casa do Trabalhador, antigo Centro Integrado de Apoio ao Trabalhador, em busca de uma oportunidade de emprego. Algumas delas chegam a passar a madrugada na fila à espera da lista de vagas.