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DESTINO DO DINHEIRO

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Imasul precisa investir R$ 24,5 milhões
em áreas de conservação de Três Lagoas

Dinheiro vem sendo pago pela empresa Eldorado e repassado ao instituto

RODOLFO CÉSAR

27/10/2016 - 19h55
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O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) está obrigado a investir mais de R$ 24,5 milhões em Três Lagoas para compensação ambiental. A verba milionária vendo sendo paga pela empresa de celulose Eldorado S.A, que está em processo de ampliação na cidade, com investimentos previstos de R$ 4 bilhões.

O Ministério Público Estadual denunciou, em dezembro de 2015, que o órgão estadual pretendia utilizar o recurso a partir de projetos ambientais e a compensação pela degradação ambiental seria investida na compra de veículos, contratação de funcionários e outras ações, entre elas algumas previstas para Três Lagoas.

A juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, da Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos do município, decidiu que o instituto não pode aplicar a compensação com ações que não sejam na cidade. O valor total para investimento é de R$ 24.589.068,05, que vem sendo depositado em parcelas pela empresa ao instituto.

"Obrigação de fazer consistente na destinação integral da quantia para as unidades de conservação localizadas no município de Três Lagoas ou aquisição de áreas para criação de novas unidades de conservação nos limites territoriais deste município", escreveu a juíza em sua sentença, proferida na terça-feira (25).

Foi, ainda, determinado prazo de seis meses para que o Imasul cumpra a determinação judicial. O período só passa a valer depois que o órgão do governo do Estado for notificado, mas também cabe recurso.

"Considerando que o ambiente degradado merece compensação no mesmo local onde o dano fora causado, até porque o ecossistema local que deve ser compensado, e este reflete diretamente no bem estar da população desta urbe", alegou o promotor de Justiça Ambiental, Antonio Carlos Garcia de Oliveira.

O MPE alegou na ação que o Imasul estaria contrariando lei federal e que a lei estadual que trata sobre compensação conteria distorções que permitiriam o uso do dinheiro em outras localidades que não fossem onde está prevista a degradação ambiental.

A definição dos valores para compensação consta em relatório do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que especifica diversos estudos demonstrando as obras a serem realizadas, os impactos no meio ambiente e detalhes das ações a serem realizadas para minimizar os danos.

PARQUE DO POMBO

A Promotoria do Meio Ambiente também solicitou na ação civil pública que o Parque do Pombo, área de 5 mil ha existente em Três Lagoas, recebesse os recursos como forma de melhorias e planejamento da preservação local.

A área teve expansão quando a Eldorado instalou sua unidade 1, mas ainda não tem plano de manejo. O MPE ainda indicou a necessidade de investimento no Parque das Capivaras e no Monumento das Lagoas.

OUTRO LADO

Em juízo, o governo do Estado informou que o próprio Imasul acertou com a Eldorado Brasil Celulose S.A que os recursos recebidos seriam destinados em unidade de conservação e não como gestão ambiental, ou seja, com aquisição de equipamentos, veículos, contratação de funcionários.

Também alegou que o investimento serviria para beneficiar unidade de conservação localizada dentro do bioma cerrado, onde está a planta da Eldorado, e na mesma bacia hidrográfica, sem necessariamente ser no município de Três Lagoas.

"Quem tem a competência legal para definir as unidades de conservação a serem beneficiadas é o órgão ambiental licenciador (Imasul), e não o empreendedor, que apenas sugere", informou a defesa do instituto.

O jurídico, por fim, fundamentou que o município de Três Lagoas já tinha recebido "inúmeros" recursos de compensação ambiental anteriores. Citou, entre eles, R$ 10.142.579,59 destinados em 2006 pela Chamflora Três Lagoas Agroflorestal Ltda.

Com relação à decisão judicial concedida nesta semana, o Imasul, por meio da assessoria de imprensa, informou que não se pronunciaria porque ainda não foi notificado.

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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