Cidades

Entrevista

"Queremos voltar à prática
médica, colocar a mão e perceber
o paciente em sua totalidade"

Luiz Darcy Gonçalves Siqueira é médico e vice-presidente regional da Associação Médica Homeopática Brasileira

Cristina Medeiros

04/09/2016 - 04h00
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Até o dia 6 de setembro, Campo Grande sedia o 33º Congresso Brasileiro de Homeopatia,  com a participação de profissionais nacionais e internacionais que tratarão desde a homeopatia até na ginecologia no SUS e nas urgências/emergências. Nesta entrevista, o vice-presidente regional da Associação Médica Homeopática Brasileira fala sobre o evento e esclarece alguns temas ligados a essa especialidade médica, baseada na lei dos semelhantes.

CORREIO PERGUNTA 
Em primeiro lugar, gostaria que o senhor definisse para o leitor o que é a homeopatia.
LUIZ DARCY –
Homeopatia é uma especialidade médica, como qualquer outra, uma terapêutica baseada na lei dos semelhantes. Ou seja, “hómoios”, vem do grego e significa semelhante, e  “páthos”, que significa sofrimento. A homeopatia busca identificar o sofrimento do paciente, aquilo que é mais característico no sofrimento dele, com uma substância que foi previamente experimentada num homem são ou captada pelos sintomas por meio da intoxicação acidental ou não.  Isso é criado no que a gente chama de uma matéria médica homeopática. Essa matéria médica contém cada substância com os sintomas que ela produziu nessa experimentação. E quando encontramos um casamento desses sintomas com o sofrimento do paciente, este é o remédio. E como isso funciona? O remédio, por ele não ter nenhum princípio ativo químico que atua a nível celular ou molecular, como os remédios químicos convencionais, é um estímulo, é uma informação, na realidade, para colocar em funcionamento um sistema natural de autocura que nós já temos. Então, o criador da homeopatia, Samuel Hanhemann, lá no século 16, queria alguma coisa que tivesse na natureza e que produzisse essa informação. Ou seja, que se devolvesse ao paciente o estado de saúde original e que está obstaculizado pelas doenças. É isso o que o estímulo faz, faz com que o paciente dê conta de suas doenças. 

O senhor preside o 33º Congresso Brasileiro de Homeopatia, que ocorre em Campo Grande até o dia 6 de setembro. Em linhas gerais, o que será discutido entre os médicos nesse evento?
A programação foi elaborada pela comissão organizadora do congresso e esse grupo estudou  e pensou em resgatar, dentro da própria homeopatia, o que a gente chamou de tema principal do congresso, a prática médica, ou seja, colocar a mão no paciente, voltar às origens do exame no paciente, examinar e perceber o paciente na sua totalidade. Hoje, estamos muito em função dos resultados, diagnósticos, exames, exames de imagem e tal e colocamos pouco a mão no paciente, examinamos pouco ele. Dentro da homeopatia, queremos resgatar isso também para os mais novos colegas, no sentido de dar importância para a entrevista, a anamnese, para conhecer o paciente. Todas as palestras, mesas-redondas e conferências foram pensadas em cima dests tema central. Também trabalharemos a questão do ensino da homeopatia, as escolas de formação, a homeopatia da saúde pública, como está a contribuição da homeopatia, hoje, dentro do Sistema Único de Saúde, a questão da homeopatia nas especialidades – grande parte dos homeopatas são pediatras ou clínicos, mas também tem otorrinos, oftalmos, ginecologistas. E junto desse nosso congresso, teremos o 1º Congresso de Atualização de Veterinária Homeopática e a Odontologia fará também o seu 13º Congresso Brasileiro de Odontologia Homeopática. 

Qual a diferença entre a alopatia e a homeopatia?
Basicamente é o enfoque. Na alopatia, a gente está mais preocupado com a doença. Trabalham-se os exames no paciente a fim de fazer um diagnóstico, dar um rótulo para alguma doença. E quando a gente faz o diagnóstico, já existe um protocolo de tratamento para aquela doença. Na homeopatia, também fazemos isso, é importante saber o diagnóstico do que se está tratando. Mas aí vamos para um outro caminho, que é entender porque a pessoa está com aquela doença, o que levou aquilo a acontecer, porque nada no organismo ocorre do nada, por acaso. 

Assim como ocorre na alopatia, houve, nos últimos anos, alguma descoberta significativa na homeopatia que tenha de certa forma revolucionado algum tratamento?
Não, porque os medicamentos – e isso é algo muito interessante – são os mesmos de 220 anos atrás. Existem experimentações de novos medicamentos, mas para tratar sempre as mesmas coisas. Não há medicamento novo para uma doença nova, isso não. O que tem acontecido hoje a gente chama de contribuição dos homeopatas contemporâneos, é que, utilizando a homeopatia clássica do Samuel Hanhemann e dos autores antigos, há novas abordagens de acessar o paciente, de filtrar, de a gente conseguir, por meio de alguns métodos, encontrar o medicamento do paciente de uma forma mais fácil.

Antigamente, pais e mães ministravam remédios caseiros para os filhos. Chá de sabugueiro, alho, por exemplo, eram sempre opções para a gripe. Hoje é mais comum dar remédios. Por que acha que esses costumes foram perdidos?
Primeiro, pelo próprio desenvolvimento da medicina e dos medicamentos. Antigamente, as pessoas não tinham muito acesso aos remédios mesmo porque a indústria não era o que é hoje. E a indústria é uma empresa e quer vender seu produto, faz marketing, e ele está tão forte na mídia que as pessoas acabam acreditando que aquela é a fórmula correta de fazer as coisas. E o que foi acontecendo com as pessoas? O imediatismo que vem vindo com a nossa transformação cultural. As pessoas querem ficar doentes de manhã e ficarem boas à tarde.

Qual prejuízo em longo prazo de ministrar muitos remédios químicos desde cedo?
Toda droga química, além do seu efeito terapêutico desejado, no seu bojo, tem resultados adversos e colaterais, que vão depender da sensibilidade de cada paciente. E, em longo prazo, vai acontecer o que chamamos de doença medicamentosa crônica. Ou seja, os pacientes que tomam remédio por um período muito prolongado não podem retirar esses medicamentos com o risco de ter o efeito rebote muito grave. Ou seja, se a pessoa toma um remédio, por exemplo, um hipertensivo, anticonvulsivo e outros remédios de uso muito crônico, como antidepressivos, se ela interromper subitamente, pode ter agravamento muito sério de sua doença. Por isso, temos que tomar o maior cuidado com pacientes que fazem tratamento crônico, de a gente nunca retirar bruscamente o medicamento. Os colegas especialistas sabem disso.

E o contrário, quais riscos de ministrar ervas e produtos caseiros sem orientação?
Quando falamos de ervas e produtos caseiros, estamos falando de fitoterapia e isso não é homeopatia. A fitoterapia é igual à alopatia, só que de efeito mais brando, porém não é menos tóxica. A vantagem do fitoterápico é que o princípio ativo está junto do que a gente chama de substâncias coadjuvantes, que já tratam os efeitos colaterais. Quando a gente purifica uma substância para ter um remédio químico, ele é puro, ele não tem essas substâncias que ajudariam nos efeitos adversos. Por isso, quanto mais potente uma droga mais efeitos adversos ela tem. E por isso as plantas, a fitoterapia, têm menos efeitos adversos, mas não deixam de tê-los. Quem faz fitoterapia tem que ter conhecimento, porque não é toda planta que pode ferver, que pode fazer infusão, etc.

Algumas pessoas associam a homeopatia ao efeito placebo. Por quê?
Para conseguirmos extrair do paciente os sintomas mais característicos dele, que combinem com uma substância, muitos acham que a consulta é como a de um psicólogo, como a de um terapeuta. Em nossa consulta, se valorizam muito os sintomas mentais, além dos gerais e dos físicos. E muitas pessoas, de fato, melhoram apenas com a consulta, isso acontece.  Mas isso é por um período curto e sabemos quando é o efeito da consulta e quando é o efeito do remédio. Porque esse efeito “rapport” da consulta dura no máximo 15 dias. Porque as pessoas, no dia a dia, na maioria dos casos, não contam com profissionais que as ouvem. Há muitos clínicos alopatas que escutam seus pacientes, que têm toda esta atenção e um tempo maior com o paciente, mas na maioria das vezes as pessoas não têm tempo de falar de si. Falam do que estão sentindo e já recebem um tratamento. Então, quando a pessoa tem tempo de falar de si, contar seu sofrimento, isso só já mobiliza um monte de coisas da pessoa que já traz um certo alívio. Não vai curá-la da doença, mas dá um certo alívio. E se não continuar o tratamento, volta.  Porque como não se consegue identificar um princípio ativo, uma coisa material, uma cor, acham que se está dando água para o paciente. E este efeito placebo cai por terra quando se trata animais, quando se trata crianças pequenininhas e pacientes em coma. Não tem efeito placebo. E outra coisa interessante, também nos estudos que a gente acompanha da medicina convencional, 30% dos medicamentos alopáticos são placebo, têm efeito placebo. 

Podemos afirmar que o tratamento homeopático é eficaz, promove o reequilíbrio do organismo, não oferece efeitos colaterais como os das drogas químicas e tem custo muito menor. Mesmo assim sua expansão não ocorre. Por que?
Principalmente porque a medicina hegemônica é alopática. Para a homeopatia entrar na academia, dentro da universidade, não é uma coisa fácil, porque são paradigmas diferentes. Para se fazer uma pesquisa na área da homeopatia é muito difícil conseguir esta pesquisa financiada particularmente, você precisa da academia. A grande parte das pesquisas da alopatia são financiadas pela indústria farmacêutica e nós não temos esta indústria para financiar esta pesquisa da homeopatia, precisaríamos entrar dentro da academia.  E dentro da própria academia existem muitas resistências. Mas já existe homeopatia em várias universidades. 

Em qual estágio se encontra o serviço homeopático no serviço publico brasileiro?
Existe uma política nacional chamada PNPIC, ou seja, Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde, já de bastante tempo, onde estão contempladas estas práticas da homeopatia, da acupuntura, a fitoterapia, o termalismo.  Já era para ter sido implementada há muito tempo “full time” mas existe uma portaria que ia regulamentar esta política. Mas esta portaria não conseguiu ser alavancada porque a própria Associação Médica Brasileira barrou por conta de que na especialidade de acupuntura muitas outras profissões queriam fazer acupuntura e deixaria de ser um ato médico. Está meio travado tudo isso.  Mas existe a politica em todas as prefeituras. O SUS é descentralizado e o gestor é quem decide como vai fazer ou não.  Aqui em Campo Grande, por exemplo, funciona a especialidade de homeopatia no CEM - Centro de Especialidades Médicas do SUS, onde estão os especialistas. Existe a atenção básica, que é a atenção primária nas Unidades Básicas de Saúde, postos de saúde e existe a atenção secundária, que é neste centro de especialidades com vários especialistas, inclusive a homeopatia. Temos homeopatas atendendo de manhã, à tarde e à noite. São cerca de 8 homeopatas e olhe o paradoxo: existe uma agenda ociosa, mesmo com tanta demanda, porque os pacientes, por conta do sistema de regulação do SUS, são encaminhados da Unidade Básica de Saúde para o CEM, para o especialista e muitos colegas não encaminham o paciente para a homeopatia, o paciente tem que ir lá pedir, dizer que quer uma consulta homeopática. Existe uma certa resistência em torno disso por desinformação mesmo. Acho que precisa ter mais palestras informativas para os colegas entenderem como funciona a homeopatia. Os próprios colegas criam este muro para os pacientes chegarem  até o CEM. 

Quais são as barreiras a serem vencidas pela homeopatia hoje?
Na realidade, a homeopatia, à medida em que os pacientes vão tomando conhecimento desta questão, do porquê estão adoecendo e buscar uma nova explicação para isso, não achar que estão doentes por acaso, porque mudou o tempo, porque é uma doença que acontece, estão se apropriando de si e buscando novas formas de se cuidar. A questão toda é até na própria formação dos novos homeopatas. Hoje é uma grande preocupação nossa e um debate que levamos a este congresso. A homeopatia é a segunda  das 52 especialidades médicas que existem na Associação Médica Brasileira, nós somos a segunda mais antiga de idade. A média dos homeopatas está em 55 anos, temos poucos jovens na homeopatia. E por que isso? Não é uma questão apenas da homeopatia, porque a grande maioria dos jovens que entra na faculdade de medicina não tem mais aquela vocação, busca algo que dê retorno financeiro.

Campo Grande

Vereadores derrubam isenção e Consórcio Guaicurus voltará a pagar imposto milionário em 2026

Projeto de lei apresentado pela prefeitura municipal obteve 15 votos contrários e 10 favoráveis

18/12/2025 18h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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No "apagar das luzes" de 2025, a Câmara Municipal de Campo Grande rejeitou a isenção sobre o Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) para o Consórcio Guaicurus, renúncia que neste ano foi de aproximadamente R$ 9,5 milhões aos cofres municipais.

Na prática, a cobrança sobre este tipo de imposto é de responsabilidade da prefeitura municipal, repasses os quais o consórcio é isento de pagar desde 2013, ano em que a concessionária assumiu o transporte público da Capital. Anualmente, a administração encaminha o projeto de lei à Câmara, que aprova ou rejeita a possibilidade de cobrança, que voltará a ser feita em 2026.

De autoria do executivo municipal, o Projeto de Lei 12.229/2025 foi rejeitado nesta quinta-feira (18) por 15 vereadores, e aprovado por 10, nesta que foi a última sessão sessão legislativa do ano. Em justificativa, a prefeita Adriane Lopes (PP) destacou que a isenção fiscal vigente, permite que a concessionária isente diversos passageiros de pagar a taxa de transporte público, atualmente em R$ 4,95. 

"Ressaltamos que ainda que o benefício fiscal proposto também é satisfatório para fazer as empresas prestadoras de serviços de transportes de pessoas em Campo Grande, pois minimiza os custos financeiros arcados por elas, em contrapartida a não cobrança das passagens à diversos usuários decorrentes de ajustes com o município, acarretando uma maior majoração do preço tarifário, portanto, entendemos que no final, o grande beneficiário, é o munícipe", destacou Adriane. 

Durante a sessão, o presidente da Câmara Epaminondas Neto, "Papy" (PSDB), disse compreende a rejeição ao projeto apresentado pela prefeitura, declaração dada em meio à greve dos motoristas. "Isso é um sinal para a cidade de que o parlamento está esgotado em relação ao Consórcio Guaicurus, que demonstra repetidas vezes as mesmas falhas. E o pior, sem uma iniciativa clara do que quer mudar. (O consórcio) está sempre justificando algumas coisas, mas, na prática, com ações que demoram demais para acontecer", avaliou. 


Favoráveis: Beto Avelar (PP), Carlão (PSB), Clodoilson Pires (Podemos), Dr. Jamal (MDB), Victor Rocha (PSDB), Herculano Borges (Republicanos), Leinha (Avante), Neto Santos (Republicanos), Otávio Trad (PSB), Professor Juari (PSDB), Professor Riverton (PP), Rafael Tavares (PL), Ronilço Guerreiro (Podemos), Silvio Pitu (PSDB) e Veterinário Francisco (União).

Contrários: André Salineiro (PL), Ana Portela (PL), Fabio Rocha (União), Flávio Pereira Moura, o Flávio Cabo Almi (PSDB), Jean Ferreira (PT), Landmark Ferreira (PT), Luiza Ribeiro (PT), Maicon Nogueira (PP), Marquinhos Trad (PDT) e  Wilson Lands (Avante).

Saiba*

Após quatro dias de paralisação os motoristas do consórcio voltarão integralmente ao trabalho na manhã desta sexta-feira (19). A antecipação do repasse, anunciada pelo Governo do Estado durante a manhã, caiu na conta e a suspensão da greve foi decidida nesta tarde, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT24).

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VALORES REDEFINIDOS

Câmara aprova projeto que suspende cortes de adicionais em plantões da saúde

Assinado pela prefeita Adriane Lopes (PP), o Decreto nº 16.440 reduz em 10% o valor pago aos servidores da saúde e as bonificações de final de ano

18/12/2025 18h15

Adicional de plantão em fim de semana e feriados agora é de 10%

Adicional de plantão em fim de semana e feriados agora é de 10% FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Foi aprovado, hoje (18), na última sessão ordinária na Câmara Municipal de Campo Grande, o Projeto de Decreto Legislativo n° 3.108/25, que suspende os atos normativos do decreto responsável por alterar os dispositivos relativos à remuneração de produtividade e aos plantões eventuais no âmbito da Secretaria de Saúde (Sesau). 

O decreto, publicado no Diário Oficial do dia 6 de novembro, causou insatisfação no Conselho Municipal de Saúde de Campo Grande e entre os trabalhadores da categoria, por cortar pela metade o adicional de plantões dos servidores da saúde.

Com a aprovação do projeto, ficam redefinidas as proporções de cálculo do incentivo Produtividade SUS Eventual (VIPSUS) devido aos servidores que realizarem plantões no âmbito do SUS. A proposta é do vereador Jean Ferreira (PT).

Como justificativa para suspender o decreto, a emenda argumenta que a Prefeitura alterou os dispositivos sem prévia deliberação do Conselho Municipal de Saúde, causando impacto direto na remuneração dos profissionais de saúde.

Além disso, o projeto analisa que a redução dos adicionais dos plantões realizados em períodos de maior demanda assistencial, como nas escalas relativas aos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro, desestimula a adesão dos profissionais às escalas.

Isto favorece vazios assistenciais e comprometendo o acesso da população aos serviços de saúde, em afronta ao dever estatal de assegurar acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde.

Por fim, Jean Ferreira argumenta que o decreto viola a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STF), segundo a qual as verbas pagas a título de plantão presencial e de sobreaviso (bem como as
rubricas de produtividade diretamente vinculadas à prestação desse serviço) possuem caráter comutativo e retributivo do trabalho realizado, não se destinando ao ressarcimento de despesas extraordinárias, assumindo, portanto, natureza eminentemente remuneratória.

Decreto Municipal 

Assinado pela prefeita Adriane Lopes (PP), o Decreto nº 16.440 reduz em 10% o valor pago aos médicos, odontólogos, veterinários, técnicos, enfermeiros e demais servidores na área da saúde no regime de escala em plantão nos finais de semana, feriados e pontos facultativos. 

Além disso, a medida também altera a bonificação de plantões no final do ano, reduzindo pela metade o adicional sobre o valor pago aos profissionais que trabalharem nos dias 25 de dezembro de 01 de janeiro. 

A alteração aparece no Diogrande sem nenhuma justificativa para a decisão e pegou os profissionais de surpresa. 

Adicional de plantão em fim de semana e feriados agora é de 10%

Diogrande nº 8.119 de 07 de novembro de 2025 - Edição Extra

Adicional de plantão em fim de semana e feriados agora é de 10%

Diogrande nº 7.524 de 04 de junho de 2024 - Edição Extra

Em matéria publicada pelo Correio do Estado na época, o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sindmed), Marcelo Santana, disse que a medida é um "desrespeito" com os profissionais na saúde, e, segundo ele, vem sendo desvalorizada a cada ano. 

O presidente afirmou ao Correio do Estado que, na reunião convocada pela Prefeitura com os presidentes dos sindicatos no dia 31 de outubro, onde foram comunicadas as reduções de jornada de trabalhos dos servidores municipais, o Executivo alegou que os trabalhadores da área da saúde não sofreriam as mudanças, nem em carga horária, nem salarial, por ser considerado um serviço essencial. 

Uma semana depois do comunicado, o novo decreto foi publicado, jogando por terra o que havia sido afirmado aos trabalhadores. 

"Para nossa surpresa, numa sexta-feira, vem esse decreto, e esse decreto vem como ilegal, porque reduz o valor dos rendimentos dos profissionais. A Prefeitura municipal não concede reajuste aos servidores nos últimos cinco anos e ainda pra completar, vem numa véspera de final de ano, a comunicação de que vão reduzir o valor dos plantões, principalmente os plantões de final de semana. Nós entendemos isso como uma falta de respeito". 

De acordo com o decreto de junho de 2024, os profissionais podem trabalhar em escala de plantão de 4 horas, 6 horas ou 12 horas. De segunda a sexta-feira, no período diurno, o valor pago mantém sem alteração, passando a ter acréscimo de 10% nos plantões noturnos e de 20% nos plantões de finais de semana e de feriados e pontos facultativos, como mostra a tabela. 

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