Os pedidos de liberdade provisória feitos pela defesa do ex-vereador Robson Leiria Martins e o empresário Luciano Roberto Pageu, presos na última quinta-feira (16) supostamente extorquindo o vereador Alceu Bueno (PSL), ainda não foram julgados pelo plantão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS).
O advogado Ramão Sobral, que defende tanto Robson quanto Luciano, entrou com o pedido um dia depois da prisão, na sexta-feira (17), depois que operação da Polícia Civil flagrou os dois extorquindo o vereador Alceu.
O processo tramita na 5º Vara Criminal da Capital e em razão do ponto facultativo decretado por conta do feriado de Tiradentes, a expectativa é que os dois pedidos de liberdade sejam julgados na quarta-feira.
Um dia depois da prisão da dupla, a Justiça acatou pedido do delegado Paulo Sergio Lauretto, da Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente (DEPCA), e converteu a previsão em preventiva.
Sem julgamento do pedido, Robson e Luciano seguem detidos.
O CASO
Conforme a investigação, no final do mês passado, um ex-funcionário do empresário Luciano Pageu, mais conhecido como Luciano Altar, teria tido acesso às imagens de adolescentes junto ao vereador Alceu Bueno. Os arquivos teriam sido repassados para o ex-funcionário por uma suposta cafetina, que teria ficado revoltada depois que duas adolescentes que se prostituíram acabaram sendo levadas para a delegacia.
Com as imagens em mãos, o ex-funcionário procurou Luciano e esse, por sua vez, procurou o vereador Alceu Bueno, levando ao conhecimento dele as imagens. “Deus te blindou, caíram umas meninas que iriam te extorquir, mas por acaso essas meninas estavam hospedadas na casa de um funcionário meu”, teria dito Luciano ao vereador, segundo depoimento de Alceu à Polícia Civil.
Diante da situação, Alceu teria acionado o ex-vereador e também advogado Robson Martins para aconselhá-lo no caso. De acordo com o inquérito, Robson tomou a frente nas negociações com o ex-funcionário de Luciano, que inicialmente teria pedido R$ 1 milhão para não divulgar as imagens.
Os valores foram sendo negociados entre Robson e Luciano Pageu, que confirmou a Alceu que teria mandado o ex-funcionário para o interior de São Paulo. Evitando, assim, o contato com Bueno.
À polícia, o vereador afirma que Robson Martins teria feito uma “lavagem cerebral” nele, o orientando a pagar a quantia que o funcionário de Luciano solicitava. Para dar “um cala boca” no responsável pela extorsão, o vereador Alceu Bueno disse à polícia ter pago R$ 100 mil a Robson e Luciano.
Na última quinta-feira (16), um novo encontro entre o vereador, Luciano e Robson ocorreu, foi quando Alceu Bueno denunciou a extorsão à polícia e os dois acabaram presos em flagrant