Iniciada na manhã desta quarta-feira (6), a greve dos médicos que atuam nas unidades de saúde da prefeitura de Campo Grande se transformou em caso de Justiça. Depois de pedir que o judiciário determinasse a ilegalidade da paralisação, agora a prefeitura quer que a Justiça fixe multa diária de R$ 100 mil para que os profissionais voltem ao trabalho.
Manifestação feita no fim da tarde de ontem (5) pela procuradoria jurídica da prefeitura tem como base avaliação da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) que aponta como insuficiente o efetivo de 30% mantido pela categoria durante a greve.
Conforme o pedido de antecipação de tutela assinado pelo procurador Valdecir Balbino da Silva o efetivo de 30% é insuficiente para atender a demanda “vez que com 100% esta já está deficitária”.
Na manifestação, a procuradoria pede a suspensão preventiva da greve multa diária de R$ 100 mil para o descumprimento. Nenhuma decisão foi divulgada pela Justiça até agora.
O presidente do Sindimed, Valdir Siroma, afirmou que se a Justiça decidir pelo fim da greve, a categoria deve seguir a decisão. "O sindicato não vai agir na ilegalidade".
GREVE
Coordenada pelo Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sindimed-MS), a paralisação iniciou na manhã de hoje. Ainda não foram registrados superlotamento em unidades. No entanto, os atendimentos que estavam agendados, principalmente os da atenção básico, foram suspensos.
Para manter os 30% de efetivo exigido por lei, os profissionais têm feito esquema de revezamento, ou seja, enquanto alguns trabalham, outros aguardam a vez.
Quem foi em busca de atendimento a partir da meia-noite de hoje, colecionou horas de espera. Com dores no corpo, Monica de Oliveira Correa, de 26 anos, foi na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino Às 20 horas de ontem. Ela saiu da unidade 1 hora da manhã de hoje sem atendimento e retornou na unidade no início da manhã.
REAJUSTE
De acordo com o Sinmed-MS, desde janeiro deste ano que a entidade tenta um acordo com a administração pública, mas a única resposta dada até o momento foi que não haveria reajuste salarial.
Além de reajuste zero foram cortadas também três gratificações dos profissionais, reduzindo a assim o salário em 50%. A categoria luta também por mais investimentos na saúde, condições adequadas de trabalho e mais segurança nos postos de saúde.