A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (27) duas operações de combate a crimes cometidos por índios, em áreas indígenas. Sem nenhum outro vínculo além do fato de terem como alvo moradores de comunidades indígenas, as ações policiais ocorreram em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, estados onde, nos últimos anos, se intensificou a luta pela demarcação de reservas indígenas.
Em Laguna Carapã (MS), a Operação Parajás II prendeu cinco moradores da Aldeia Rancho do Jacaré. Segundo a PF, eles fazem parte de um grupo que, de posse de armas de fogo, ameaçava o restante da comunidade, impondo sua vontade à força. Ainda de acordo com a PF, o grupo já havia sido autuado no mês passado, mas voltou a atentar contra os outros índios, cometendo crimes como tentativa de homicídio, abuso sexual de menores, lesões corporais, ameaça e constrangimento ilegal.
Os detidos vão ser encaminhados ao presídio mais próximo, onde ficarão à disposição da Justiça Federal de Ponta Porã (MS).
Já no Rio Grande do Sul, a chamada Operação Terra Fértil foi deflagrada esta manhã para apurar o arrendamento de terras no interior da reserva indígena Ventarra, em Erebango. Policiais federais cumpriram três mandados de prisão temporária, seis de busca e apreensão e dois de condução coercitiva (quando a pessoa é conduzida à delegacia a fim de prestar depoimento e liberada em seguida), além de apreender documentos e máquinas agrícolas.
Segundo a PF, os suspeitos de arrendar ilegalmente terras indígenas para agricultores da região são um ex-cacique, um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e um comerciante de Getúlio Vargas (RS). Se ficar comprovado o envolvimento com o esquema, os investigados vão ser indiciados pelos crimes de usurpação de bem público, corrupção ativa e passiva, prevaricação e formação de quadrilha.