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Polícia Federal tem agentes no Paraguai para combater tráfico de armas pelo MS

Agentes brasileiros infiltrados tentam identificar fornecedores e compradores

RENAN NUCCI

24/04/2017 - 12h10
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O comércio desregulado de armas de fogo no Paraguai faz da fronteira com Mato Grosso do Sul a principal porta de entrada de fuzis, pistolas e metralhadoras de grosso calibre no Brasil.

Nos últimos quinze dias foram apreendidas mais de 700 munições e armamentos de guerra que tentavam atravessar o Estado rumo a grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, onde incrementariam o arsenal de facções como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).  

Para combater este tipo de crime, a Polícia Federal (PF) conta com três agentes instalados no país vizinho, a fim de detectar fornecedores e compradores.

Segundo o delegado Ricardo Cubas César, superintendente regional da PF no Estado, os adidos, como são chamados os policiais destacados em outros países, cumprem papel fundamental subsidiando o setor de inteligência da corporação com informações pontuais sobre a movimentação do crime organizado - também há policiais na Bolívia, que concentram suas ações no combate ao narcotráfico.

Os dados, compartilhados com outras forças de segurança, auxiliam na identificação e localização de fornecedores, transportadores e receptadores.

“Quase que a totalidade das armas e munições traficadas pelo Estado são destinadas às organizações que se aproveitam do baixo controle de venda no Paraguai”, disse.

Só neste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já tirou de circulação mais de três mil munições de uso restrito, dentre as quais quantidade relevante estava acompanhada de drogas, ocorrências estas encaminhadas à PF.

Recentemente, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), apreendeu 400 munições (100 munições calibre 38, 200 munições calibre 22 e 100 munições calibre 765) escondidas em compartimento oculto no porta-malas de um veículo Fiat Uno com placas de Cuiabá (MT).

O condutor, de 34 anos, informou que teria adquirido o material em Pedro Juan Caballero, com objetivo de entregar no Mato Grosso. 

Não é descartada a hipótese de que o carregamento fosse destinado às quadrilhas especializadas no roubo do cangaço, que consiste em usar alto poder de fogo para suprimir forças policiais de cidades pequenas, geralmente com efetivo reduzido e incapazes de revida à altura, com o intuito de assaltar agências bancárias e lotéricas.

“Com apoio da PF, temos obtido êxito neste tipo de apreensão que é mais efetiva do que tentar recuperar a arma quando ela já está sob posse de criminosos perigosos”, pontuou Kleryson Loureiro, assessor de comunicação da PRF.

ORIGEM DAS ARMAS

César explica que os vizinhos não produzem armamento e, por este motivo, importam deliberadamente dos Estados Unidos, República Tcheca, Turquia e outros países da Europa, materiais com alto poder de distribuição.

Uma vez em solo paraguaio, os produtos são redistribuídos para outros países da América do Sul, principalmente o Brasil, onde reforçam o poder de fogo de facções.

“Geralmente entram pela fronteira de forma ilegal armas de grosso calibre como .40, .9 milímetros e até mesmo 7.62, que são capazes de furar a lataria de um carro ou atravessar uma parede. São, claramente, armamentos usados em guerra”.

Aumenta ainda mais a dificuldade da polícia o fato de que os atravessadores, conhecidos como mulas, são pessoas contratadas apenas para desempenhar a função logística e, na maioria dos casos, nem mesmo chegam a ter contato direto com os fornecedores e os receptadores.

Quando são presas, pouco contribuem com as investigações, seja por realmente terem poucas informações, seja porque omitem dados sigilosos para evitar represálias. É justamente esta lacuna que buscam preencher os adidos lotados em Cidade do Leste e Assunção. Ou seja, eles tentam descobrir o destino dos armamentos com base na identificação dos vendedores.

“Toda arma apreendida é encaminhada para perícia que busca, pelo número de identificação, localizar quem é o importador a partir do país vizinho, e para quem ele comercializou”, explicou César, lembrando que, com base nestas informações, é possível descobrir qual seria o destino do arsenal recolhido. Além dos agentes especiais, a PF faz parceria com a Polícia Nacional do Paraguai. No início deste ano, a Superintendência Regional firmou convênio entre as forças de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, para troca de informações e apoio logístico operacional, a fim de contar o avanço das facções que fomentam o tráfico de drogas e armas na fronteira.

ALIMENTOS-DISPERDÍCIO

Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia, diz ONU

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global"

27/03/2024 21h00

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos Crédito: Freepik

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A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a um bilhão de refeições em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados pode ser muito maior, apontam os responsáveis pelo Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem com a fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,21 trilhões na cotação da época).

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global", diz o texto.

"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", afirma Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. E esse não é apenas um fracasso moral, mas também ambiental, destaca ela.

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.

O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos Wrap, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.

À medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, diz Clementine O'Connor, também do Pnuma.

"Para mim, é simplesmente assustador", reforça Richard Swannell, do Wrap. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano."

Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista, como açougues e mercearias, descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.

Muito disso ocorre porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, diz Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas supõem, incorretamente, que eles estragaram.
O relatório explica também que muitos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.

Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos países ricos e pode ser observado em todo o mundo.

Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.

Efeitos devastadores

As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxação do lixo é zero ou muito baixa", diz O'Connor.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, conclui o relatório.

A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, e o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.

"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China", ressalta Swannell.

NO BRASIL 

O Índice de Desperdício de Alimentos calcula que, no Brasil, a taxa, na etapa de consumo familiar, esteja em 94 kg per capita ao ano.

Essa estimativa leva em conta somente o consumo doméstico de alimentos no país, com base em um estudo piloto realizado em 2023 em cinco regiões da cidade do Rio de Janeiro, com diferentes perfis socioeconômicos.

"Embora seja um estudo restrito ao Rio de Janeiro, os dados mostram que o desperdício ocorre mesmo em bairros de classe média baixa. Os fatores que levam ao desperdício precisam ser explorados em pesquisas qualitativas. É importante destacar que o montante de 94 kg por pessoa ao ano leva em conta tanto sobras de refeições, tais como arroz e feijão, quanto cascas de frutas e ossos", diz Gustavo Porpino, analista da Embrapa Alimentos e Territórios, que atuou como revisor do índice, em comunicado.

"A metodologia do Pnuma não categoriza o desperdício em evitável e inevitável, porque considera relevante reduzir o descarte de resíduos orgânicos como um todo", explica.

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PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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