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Perito criminal de MS lança manual de crimes violentos e vira referência no Brasil

Casos que chocaram foram reunidos na enciclopédia criminalística

MARIANE CHIANEZI

05/02/2017 - 12h00
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Depois de colher impressões digitais, pistas, projéteis e manchas de sangue em cenas de crime por quase 30 anos de trabalho, o perito criminal aposentado, Amilcar Serra e Silva Netto, de 56 anos, decidiu unir todos os seus conhecimentos criminalísticos e elaborar um manual contendo os casos mais chocantes em Mato Grosso do Sul e os trabalhos para desvendá-los.

O livro denominado “Manual de Atendimento a Locais de Morte Violenta” está em sua 2ª edição e conta com parceria do segundo autor e também perito, Alberi Espíndula, que atuou no Distrito Federal.

O livro está sendo considerado referência quando se trata de perícia e tem 512 páginas. “Decidi fazer essa junção de todo o material e conhecimento que eu já havia adquirido com o tempo de trabalho. Peguei casos reais, fotos e escrevi o manual”, disse Amilcar ao Portal Correio do Estado.

Lançado em congresso criminalístico em dezembro de 2016 em Santos, o perito revela que a enciclopédia já está sendo muito adquirida por estudantes de concursos. “Ele serve como manual de estudos para quem presta concursos público e como tem um diferencial, chama muita atenção”, relatou.

Repleto de ilustrações, imagens, diagramas, quem adquire o livro “viaja” nas análises do perito em casos brutais que chocaram o Estado, mas ele deixa claro que não detalha nomes e não revela as vítimas.

“Nele [livro] eu não deixo explícito qual caso é, pois existem muitos. Mas existem aqueles casos mais chocantes que chegou a ser destaque na mídia e que certamente quem ler, saberá o que estou falando”, revelou, onde no mesmo, há casos como o de Marielly, morta pelo cunhado em 2011; A execução do delegado Paulo Magalhães, de 2013; e um acontecimento mais antigo, como o “Caso Motel”, de 2008.

Evolução dos livros do manual escrito pelos peritos Amilcar e Alberi - Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

 ​ESTRUTURA

Amilcar destaca que a segunda edição do livro está muito mais ampla de conteúdos do que a primeira versão. “A primeira edição era mais simples, apenas de minha autoria, com 170 páginas. Já a atual, conta com o dobro de assuntos. Além de estar mais acessível e qualquer um pode ler”, afirmou.

Como publicado pelo Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses de Mato Grosso do Sul (Sinpof), o material tem duas partes, sendo a primeira, uma orientação ao leitor no ambiente pericial, mostrando seu potencial como ferramenta na solução de crimes e ao mesmo tempo apresenta a metodologia a ser aplicada.

Já na segunda parte, o livro tem diversos tipos de abordagens a ser utilizada em um local de morte violenta, apresentando ao leitor, com toda a construção da cena do crime.

INSTRUMENTO DA VERDADE

Como destacou o presidente da Associação Brasileira de Peritos Criminais, Iremar Paulino, no lançamento da obra, a perícia não é um instrumento de defesa ou de acusação, mas sim “um instrumento da verdade para definir a autoria”.

O livro, que tem a proposta de oferecer mais que um guia de investigação e consulta diária da profissão, pode ser adquirido na Livraria Saraiva ou diretamente na editora Millennium, que elaborou o material. O manual custa R$ 330.

Amilcar não descarta uma terceira edição ainda mais repleta de conteúdo nos próximos anos e com casos recentes nas páginas, como o assassinato de Adriano Correia, morto no dia 31 de dezembro pelo policial rodoviário federal, Ricardo Hyun Su Moon. "Não desconsidero uma terceira edição, mas isso ainda pode levar tempo", finalizou.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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