Policiais Civis de outras oito cidades do Estado vão aderir ao ato de simbólico de "entregar as chaves" das delegacias na segunda-feira (30). A manifestação está relacionada a morte recente de um investigador, espancamento de outro, além da fuga de quatro detentos da carceragem de Pedro Gomes.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS), Paulo José dos Santos Queiroz, os investigadores que se preparam para aderirem ao movimento na segunda-feira são de Dourados, Sidrolândia, Rio Verde, Rio Negro, Bonito, Paranaíba, Miranda e Nioaque.
No mesmo dia, representantes do sindicato e do governo estadual estarão reunidos na Secretaria de Estado da Casa Civil para debaterem medidas que reduzam os riscos a que os policiais estão submetidos.
"Nossa expectativa é que o governo nos apresente um cronograma de retirada desses presos da delegacia, ou coloquem agentes penitenciários para custodiar eles, ou, em último caso, mais policiais de plantão. O que não pode é continuar com um policial para cuidar de 20 presos. Não é nossa função".
ENTENDA
Casos de agressão aos policiais que aconteceram nos últimos dias motivaram esse ato simbólico. No sábado (21), um policial civil foi agredido em Itaquiraí ao atender um detento. Na quarta-feira (25), o investigador Anderson também foi agredido em Pedro Gomes e acabou falecendo. Por fim, na tarde de sexta-feira (27), quatro detentos fugiram da cadeia pública de Iguatemi depois de renderem um policial civil.
O ato simbólico de "entregar as chaves" é inédito em MS e representa uma manifestação dos investigadores contra o descaso das autoridades para solucionar o desvio de função dos policiais. Com isso, os detentos que cumprem pena em regime aberto e semi aberto, devem permanecer nas ruas.