A Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) concluiu ontem que serão precisos R$ 547.996.488,00 para concluir as obras inacabadas deixadas pelo governo André Puccinelli, em Mato Grosso do Sul. Sem dinheiro em caixa, algumas obras serão paralisadas e a prioridade será para os contratos em andamento, que estão na fase final de conclusão. Se somados aos R$ 120 milhões para manutenção de rodovias, a conta fica em R$ 668 milhões.
“Diante desta necessidade, vamos reavaliar contrato por contrato”, disse o titular da pasta, Marcelo Miglioli. Dentre as obras que serão paralisadas está o Hospital Regional de Dourados. Com uma licitação ao custo de R$ 19.927.988,08, a administração passada arcou apenas com R$ 544.685,56, para a medição. “Não tem como tocar a obra do hospital, não tem dinheiro em caixa. O recurso anunciado [por André Puccinelli] não existe”, afirmou Miglioli. Outra obra que corre risco de ser prejudicada é o campus da Universidade Estadual de MS (Uems), que está sendo construído na MS-080, na saída para Rochedo, em Campo Grande.
Apesar dos R$ 14,4 milhões garantidos por empréstimo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ainda falta a contrapartida do Estado, no valor de R$ 1,8 milhão, que Puccinelli não pagou. A auditoria apurou ainda que dos R$ 547 milhões que faltam para o término de obras inacabadas em MS, R$ 381.767,098 são referentes a recursos já locados em financiamentos firmados pela gestão passada, junto de terceiros. O restante de R$ 166.229,390 não tem sequer previsão em contrato e também não foi deixado no cofre do Estado pelo ex-governador Puccinelli.
Segundo Miglioli, a dívida na pasta vai além do dinheiro que falta para as obras inacabadas. A administração passada deixou também R$ 120.888,751 de contratos a vencer referentes à manutenção de rodovias – isso inclui pontes de madeiras e drenagem. Na maior parte do período de oito anos do Governo Puccinelli, a pasta de obras foi dirigida por Edson Giroto, que hoje é deputado federal.
MS-436
A Secretaria de Infraestrutura enviou ontem uma equipe com engenheiro para avaliar a situação da MS-436, que liga Chapadão do Sul, Alcinópolis e Figueirão, na região norte do Estado.
Na semana passada, a reportagem percorreu os 163,4 km da rodovia e encontrou vários trechos esfarelando ou com buracos e remendos, apesar de o tempo do pavimento não chegar a dois anos.
Caso fique comprovado má qualidade do serviço, o secretário garante que irá oficializar a empresa que executou a obra para que tome as devidas providências e repare o dano. “Obviamente que a empresa terá de assumir sua responsabilidade, e se não assumir tomaremos outras providências”, afirmou.