Imagens aéreas feitas a partir de um drone no meio da tarde de hoje dão a dimensão de um incêndio que dura mais cinco horas na região de Ribas do Rio Pardo. O fogo começou na fazenda Boi Preto, que neste ano foi alvo da Operação Greenfield, da Polícia Federal, que investiga os irmãos Joesley e Wesley Batista.
A plantação do eucalipto na propriedade pertence a um ex-sócio da fábrica Eldorado Celulose, o empresário Mário Celso Lopes. O fogo pode ter destruído até 300 hectares de área. A fazenda tem plantação de eucalipto e como a vegetação contribui para o incêndio, o vento ajudou as chamas alastrarem-se
Uma das formas de combate foi levar máquinas pá-carregadeiras da Prefeitura de Ribas do Rio Pardo para a área como forma de evitar que o fogo continue caminhando e atinja plantações e pastagens de outras fazendas. Além da Boi Preto, outra fazenda do grupo FSW, a Recreio, estava na iminência de ser atingida.
Ainda não há informações se há feridos por conta do incêndio. Mas devido a proporção, a cortina de fumaça ainda está na BR-262, o que causa transtorno para motoristas e aumenta risco de acidentes.
O fogo começou por volta do meio-dia e a previsão é que as chamas vão consumir todo o eucalipto que foi atingido. Ao menos até as 17h43 de hoje ainda havia fogo e fumaça.
BOI PRETO
Em 8 de março, a Polícia Federal cumpriu dois mandados judiciais em Ribas do Rio Pardo, um deles foi na fazenda Boi Preto, que fica a 12 quilômetros do município. A plantação de eucalipto no local é do ex-sócio da Eldorado Celulose, Mário Celso Lopes, empresário de Andradina (SP).
O empresário chegou a ser preso naquela data e levado para a delegacia da PF em Três Lagoas. A investigação aconteceu no âmbito da Operação Greenfield, que apura fraude em fundos de pensão com envolvimento dos donos do Grupo J&F Investimentos, os irmãos Wesley e Joesley Batista. O grupo controlava a Eldorado Celulose, vendida recentemente, além do frigorífico JBS e outros empreendimentos.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Mário Celso é suspeito de fechar um contrato de R$ 190 milhões para mascarar o suborno a um empresário. O objetivo era impedir que esse empresário revelasse informações de interesse da investigação da polícia.
Na fazenda, havia o estudo de ser instalada uma fábrica de celulose, mas o projeto não foi adiante depois das investigações.
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