Ex-governador de Roraima, Neudo Ribeiro Campos, preso por participação em esquema de desvio de verbas públicas, será transferido para o Presídio Federal de Campo Grande. A Justiça Federal de Mato Grosso do Sul autorizou a transferência emergencial do político no fim da tarde de ontem (30).
O prazo para permanência de Campos no presídio da Capital é de 360 dias, podendo ser renovado.
De acordo com o Ministério Público Federal em Roraima (MPF/RR), Neudo estava custodiado em quarto da Superintendência da Polícia Federal desde o dia 24 de maio. Ele foi detido temporariamente porque durante tentativas de cumprimento de mandados de prisão, foi verificado o uso da estrutura do Poder Executivo para favorecer a sua fuga e obstruir a atuação da Polícia Federal.
Dois policiais militares e a secretária-adjunta de Relações Internacionais de Roraima, suspeitos de arquitetarem plano de fuga de Neudo para a Venezuela, foram presos na última semana.
Procuradores da República entenderam que, da mesma forma que usou de influência para burlar o cumprimento dos mandados de prisão, o ex-governador poderia se valer desta mesma influência para frustrar a execução da pena, caso a custódia fosse entregue à autoridades subordinadas ao Governo do Estado.
Desta forma, o MPF pediu a transferência do custodiado para o Sistema Penitenciário Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) indicou o presídio federal de Campo Grande para o cumprimento da pena.
O CASO
Ex-governador foi condenado por envolvimento em esquema de desvio de verbas públicas, conhecido como “Escândalo dos Gafanhotos”, que consistia no cadastramento de funcionários fantasmas na folha de pagamento do Estado e do Departamento de Estradas e Rodagem de Roraima (DER/RR), para distribuição dos salários a deputados estaduais e outras autoridades em troca de apoio político.
Em fevereiro, a pedido do MPF/RR, a Justiça Federal determinou a prisão de Neudo Campos em razão de sua condenação em um dos processos do Gafanhotos. Essa decisão foi suspensa por uma liminar concedida por desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TFR1) em habeas corpus impetrado pela defesa de Neudo.
Recentemente, a 3ª Turma do TRF, julgando o mérito do habeas corpus, revogou a liminar anteriormente concedida. O TRF considerou legítima a ordem de prisão emitida pela Justiça Federal de Roraima e, com a rejeição do habeas corpus, Neudo foi recolhido à prisão, depois de se entregar no quartel da Polícia Militar em Roraima.