Cidades

DESFECHO

A+ A-

Envolvido em 2º caso, técnico cobrou
R$ 600 por aborto que matou jovem

Suspeito de ter provocado morte do feto e da mãe foi preso ontem

LAURA HOLSBACK

10/01/2017 - 11h00
Continue lendo...

Esta não é a primeira vez que o nome do técnico de laboratório Dnilson Rodrigues Nunes, 40 anos, é apontado em crime de aborto. Em 2010, ele interrompeu gestação de seis meses, de jovem, de 20 anos, que apesar de ter tido intenso sangramento e sido internada em hospital, sobreviveu.

Mesma sorte não teve Aline dos Reis Franco, de 26 anos, que morreu após receber medicamento injetado na veia. Ela estava grávida de dois meses e Dnilson foi apontado por amiga dela de ter provocado o aborto. O caso aconteceu no início do mês passado, em Porto Murtinho.

Além de já ter histórico como autor em outro caso de aborto, segundo a polícia, o técnico que é servidor do hospital público da cidade cobrou R$ 600 por medicamento Cytotec – indicado para tratamento e prevenção de úlcera do estômago, mas também usado como abortivo e que teria sido ministrado em Aline.

Dnilson apresentou-se ontem à polícia para ser dado cumprimento à ordem de prisão preventiva e, em depoimento, negou participação no crime, segundo o delegado responsável pelo inquérito Rodrigo Nunes Zanotta. “Negou, mas temos fortes indícios do envolvimento dele que também foi apontado por amiga da jovem que acompanhou o aborto”, citou a autoridade policial.

De acordo com Zanotta, essa amiga, que recebeu Aline na casa onde mora, na cidade murtinhense, para que ela forçasse a morte do filho, também será indiciada por aborto praticado por terceiros, com agravante pela morte da gestante. Porém, a mulher aguarda decisão da Justiça em liberdade. “Não representei pela prisão porque não houve necessidade. Ela colaborou na investigação”, disse o delegado.

O depoimento dessa amiga, que além de ser apontada como autora é a principal testemunha, está sob sigilo. O delegado limitou-se a dizer que no dia dos fatos, o técnico foi até a casa dela, injetou medicamento em Aline que convulsionou, bateu a cabeça no chão e logo morreu. A mulher não tem certeza de que o medicamento ministrado foi Cytotec e a seringa utilizada não foi encontrada, conforme Zanotta.

CASO

No dia 8 de dezembro do ano passado, o velório de Aline, que morava na Capital, foi interrompido por policiais e o corpo encaminhado para exame com objetivo de atestar a causa da morte. A suspeita era de que a jovem pudesse ter morrido em decorrência de aborto clandestino.

Helemary Fátima dos Reis, 52 anos, que mora em Água Clara, não sabia da gestação de dois meses da filha e ficou sabendo do episódio por amiga. No dia 5 de dezembro, em viagem a Porto Murtinho, Aline disse para a mãe que levaria algumas roupas para parentes, mas, no dia seguinte passou mal e morreu.

Aline deixou casal de filhos órfão. Ela tinha menina de 11 anos e menino de seis anos. O inquérito deve ser concluído em até 10 dias, mas laudo que comprova a causa da morte da jovem ainda não foi entregue à autoridade policial. 

OPERAÇÃO DA PF

Fraude em ponto eletrônico da saúde na Prefeitura de Corumbá gera prejuízo de R$ 6 milhões

Polícia Federal deflagrou operação para combater crime e identificou servidor que ficava 5 minutos no expediente

19/04/2024 12h30

Polícia Federal deflagrou operação contra fraude do ponto em Corumbá Foto: Divulgação

Continue Lendo...

A Polícia Federal deflagrou a Operação Esculápio nesta sexta-feira (19) para combater prejuízo milionário que servidores da saúde em corumbá estavam causando no serviço público com fraudes em ponto eletrônico.

Segundo as investigações, 11 servidores públicos da área de saúde da Prefeitura de Corumbá reiteradamente fraudavam seus pontos eletrônicos, não cumprindo a carga horária contratada, mas recebendo o salário integral. 

Ao longo da investigação, a Polícia Federal em Corumbá identificou que houve casos em que a permanência do profissional na unidade de saúde do Centro Municipal de Especialidade Odontológica (CEO) foi de apenas 5 minutos. O foco da operação nesta sexta-feira foi concentrado nessa unidade especializada, que fica no bairro Universitário.

Além do prejuízo indireto causado pelo retardamento no atendimento à população local, estima-se que o prejuízo direto aos cofres seja da ordem de R$ 6.000.000,00.

Esse cálculo foi obtido a partir da apuração dos salários pagos aos profissionais de saúde em valor integral, porém sem que eles cumprissem a carga horária. A Polícia Federal não detalhou há quanto tempo essa fraude vinha sendo praticada e como houve a denúncia.

Na ação, cujos mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá, foram sequestrados bens móveis avaliados em R$ 1.500.00,00 e bens imóveis avaliados em R$ 5.000.000,00 dos servidores públicos.

Dentro do Centro Municipal de Especialidade Odontológica trabalham principalmente dentistas e os serviços prestados são de cirurgia, endodontia, prótese dentária, radiologia, periodontia e odontopediatria. Os investigados poderão responder por estelionato, peculato e peculato eletrônico.

A Prefeitura de Corumbá divulgou nota e sugeriu que não foi a responsável pela denúncia. Conforme apurado, o governo municipal não teria conhecimento oficial dessa fraude até que ocorresse a operação.

"Com relação a Operação Esculápio, realizada nesta sexta-feira, pela Polícia Federal, a Prefeitura de Corumbá esclarece que não foi alvo da ação e que até o momento não foi formalmente informada sobre o teor das investigações. A Secretaria Municipal de Saúde está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for necessário", divulgou.

Ainda não há confirmação se os servidores investigados pela Polícia Federal também vão passar por processo administrativo.

"GUERRA CIVIL"

Maior ameaça à democracia no mundo é a polarização, diz o ator Wagner Moura

Ator diz que filme"Guerra Civil" soa um importante alarme sobre esses riscos

19/04/2024 10h30

Wagner Moura em "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana Foto: Divulgação

Continue Lendo...

Para Wagner Moura, "Guerra Civil", filme que chega aos cinemas brasileiros nesta semana, soa um importante alarme sobre os riscos da polarização que assombra países como Estados Unidos e Brasil nos últimos anos.

"Este é um filme que mostra que a polarização é a maior ameaça à democracia no mundo moderno", diz ele sobre o longa dirigido por Alex Garland, um blockbuster americano que acena também para a realidade política brasileira, em sua opinião.

"Guerra Civil" conta a história de um grupo de jornalistas, do qual Moura faz parte, que tenta chegar a Washington para entrevistar o presidente dos Estados Unidos, um líder do qual não sabemos muito, mas que pelas dicas do roteiro é claramente fascista, nas palavras do ator baiano.

"Mas eu acho, sinceramente, que ligar esse personagem a figuras reais é um desserviço ao filme. Não há na trama uma agenda ideológica. E você sabe que eu sou uma pessoa que não tem medo de falar as coisas", diz Moura ao ser questionado sobre a proximidade do personagem com líderes que acirraram a era de polarização em que vivemos, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

O filme é uma distopia política cheia de imagens do que poderia ser os Estados Unidos caso o racha entre democratas e republicanos, ou liberais e conservadores, se acentue. Na trama, forças favoráveis e contrárias ao presidente vivido por Nick Offerman se enfrentam e destroem a nação. São várias as imagens de pontos icônicos do nacionalismo americano bombardeados, como a Casa Branca.

"A gente sabe muito bem o que é a polarização. O mundo todo sabe. E para os americanos o filme gera uma dissonância cognitiva, porque eles estão acostumados a ver essas cenas em filmes sobre guerras no Oriente Médio. Agora estão vendo em Washington", diz ainda Moura.

GUERRA CIVIL

- Quando Estreia nesta quinta (18), nos cinemas
- Classificação 18 anos
- Elenco Wagner Moura, Kirsten Dunst e Cailee Spaeny
- Produção EUA, Reino Unido, 2024
- Direção Alex Garland

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).