Faltando pouco mais de 30 dias para a comemoração do Natal, nenhum empresário da Capital demonstrou interesse em participar da concorrência que selecionará interessados para comercializar gêneros alimentícios e bebidas no espaço “Cidade do Natal”, localizado no final da Avenida Afonso Pena.
No diário oficial do Município desta sexta-feira (17), o resultado do processo nº13/2017 foi descrito como deserto. Para edição deste ano, a Prefeitura de Campo Grande disponibilizou 35 quiosques, os quais seriam licitados em dois lotes, na modalidade maior lance ou oferta.
Segundo registro no edital, a média de visitantes diários no começo da semana varia entre 15 e 20 mil, enquanto que nos finais de semana pode alcançar entre 50 e 70 mil pessoas.
As empresas vencedoras teriam direito de explorar o comércio de alimentos e bebidas no local entre os dias 8 de dezembro e 6 de janeiro de 2018, com horário delimitado em: 16h às 22h e excepcionalmente no dia 24 de dezembro, das 14h às 20h.
Entretanto, as responsabilidades pontuadas no edital e que ficavam a cargo dos empresários geraram desmotivação.
Entre as regras estavam organização e execução das atividades relacionadas à limpeza e conservação do espaço; estruturação da praça de alimentação com cadeiras, mesas e lixeiras; solucionar problemas estruturais e de atendimento relacionados à Praça de Alimentação, além da contratação de monitores (total de 20 pessoas) para cada lote e pagamento de todas as despesas trabalhistas.
Silmara dos Santos Rocha, 38 anos, possui uma lanchonete no bairro Aero Rancho e pensou em participar da licitação. Porém, quando leu o edital confessou que ficou desmotivada.
“O comércio teve uma queda muito grande este ano e quem é autônomo está sentindo. Quando li notícia dessa oportunidade fiquei animada, mas, pelos cálculos que fiz não vou conseguir lucro com tantos encargos que terei de assumir”, argumentou.
SÓ PARA GRANDES
Na avaliação da microempresária, a concessão será vantajosa somente para empresas que possuem capital de giro para investir.
“Na ânsia de conseguir lucrar mais, a pessoa acaba fechando negócio por impulso e isso pode ser muito ruim. Eu analisei e percebi que não tenho condições de participar, pois não teria como arcar com despesas extras decorrentes de um vendaval ou acidente, por exemplo”, explicou.
Quem vencesse cada lote teria direito a dois quiosques na parte inferior da Cidade do Natal para comercialização de comidas típicas direcionadas às crianças, contudo teriam que montar toda infraestrutura da cozinha necessária ao atendimento dos itens oferecidos no cardápio, bem como a aquisição de gás.
No documento foi pontuado ainda que os vencedores deveria responsabilizar-se diariamente por todas e quaisquer despesas relativas à instalação, montagem, desmontagem, manutenção, transporte de material, limpeza e conservação das tendas, material de limpeza e higiene.
MAIS EXIGÊNCIAS
Outra solicitação que encareceu o investimento era a obrigação de disponibilizar um extintor para cada quiosque, dois seguranças patrimoniais, bem como arcar com as despesas de qualquer problema ou acidente acontecido no espaço.
Até o fechamento dessa matéria, não recebemos retorno da assessoria de comunicação da Prefeitura de Campo Grande sobre o que será feito no espaço ou haverá mudança no edital.