Cidades

Programa já não é o mesmo

Em Campo Grande, arquitetos defendem mudanças no Minha Casa, Minha Vida

Em Campo Grande, arquitetos defendem mudanças no Minha Casa, Minha Vida

DA REDAÇÃO

25/11/2015 - 14h23
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O Seminário Nacional Campo Grande + 10 Assistência Técnica: Evolução, Experiências e Perspectivas Futuras, que defende mudanças no Minha Casa, Minha Vida (MCMV) ocorre desde ontem (24) e segue nesta quarta-feira (25), na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O evento traça um perfil da crise urbana no Brasil e foi aberto pela arquiteta e urbanista Ermínia Maricato. A especialista defendeu que a Federação Nacional dos Arquitetos (FNA) encaminhe ao governo federal um plano de mudanças do Minha Casa Minha Vida. 

Segundo ela, o programa em vigor não é o que foi desenhado pelos arquitetos e urbanistas e precisa, urgentemente, de reformulação. O assunto rendeu manifestações. O presidente da FNA, Jeferson Salazar, reforçou que o programa tem enveredado para um perfil mais mercadológico. O arquiteto Guilherme Carpinteiro, do SASP, citou que o Minha Casa, Minha Vida vem concentrando recursos e ainda polarizando as pesquisas acadêmicas.
 
Ao palestrar a profissionais, lideranças e estudantes na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande (MS), Ermínia ainda salientou que os conjuntos populares estão cada vez mais fora das cidades, em espécies de guetos, onde as pessoas não têm mobilidade. “Os pobres, desde que não ocupem terra valorizada pelo mercado imobiliário, podem ocupar qualquer coisa, inclusive áreas de risco”, pontuou ela.
 
E reforçou que a propriedade não é absoluta nas cidades. Deve, antes de tudo, obedecer à função social da propriedade. “Para melhorar a cidade não basta distribuir renda. Para melhorar a cidade, é preciso distribuir cidade. É preciso parar com a segregação e fazer a reforma urbana”, reforçou, citando casos de prefeituras brasileiras que já implementaram instrumentos do Estatuto da Cidade.
 
Partícipe do cenário político nacional, Ermínia citou que, apesar dos momentos difíceis, o Brasil foi protagonista de grandes avanços nos últimos anos. Entre eles, citou a implementação do orçamento participativo e a criação do Ministério das Cidades. “O orçamento participativo virou assunto de debate internacional, um exemplo para o mundo”. Ainda pontuou a força do Estatuto das Cidades e citou a necessidade de orientar os juízes sobre novas legislações urbanísticas em vigor, que são ignoradas pela maioria dos magistrados.

FNA articula ação pelo Minha Casa, Minha Vida 3

A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) está negociando, em conjunto outras entidades, a operacionalização do Minha Casa Minha Vida 3 – Melhorias Habitacionais, um novo modelo de incentivo à habitação de interesse popular. Durante Seminário Nacional Campo Grande + 10, nesta terça e quarta-feira (24 e 25), na UFMS, a secretaria de Mobilização e Inserção Profissional da FNA, Laisa Eleonora Stroher, informou que a federação está em tratativas com o Ministério das Cidades e que a expectativa é que o plano seja conhecido em 2016.

Em sua apresentação, ela fez um breve histórico da Assistência Técnica e pontuou as vitórias institucionais alcançadas ao longo das últimas décadas, porém algumas ações como o MCMV não dialogam com as necessidades da reforma urbana. “Tivemos grandes avanços como a criação do Ministério das Cidades e o Estatuto”, frisou. A ideia do Minha Casa Minha Vida Melhorias é trabalhar exatamente nessas lacunas das políticas públicas urbanas.
 
O presidente da FNA, Jeferson Salazar, destacou que o MCMV 3 não está aberto, mas em disputa. “E uma disputa desigual. Temos que brigar para entrar. E como disseram aqui hoje, a cidade está em disputa”. Salazar lembrou do Plano Nacional de Habitação (PlanHab), implementado no passado e que acabou engavetado. “Hoje, temos uma política de construção para combater uma crise econômica”, constatou.
 
Salazar ainda propôs critérios mais rígidos para captação de recursos públicos, como exigência de que, para obter benefícios de programas habitacionais, os municípios tenham que ter Conselhos da Cidade. O presidente do Sinarq/RN, Vinícius Galindo, ainda defendeu a importância de incluir no texto do MCMV3 a possibilidade de desapropriação de imóveis privados não ocupados.
 
Segundo a presidente do Saergs, Andrea dos Santos, os profissionais de Arquitetura e Urbanismo precisam ter criatividade para solucionar os impasses que se impõem ao tratar a habitação de interesse social e cuidado para não reapresentar modelos desastrosos na ânsia de acomodar os grupos. O risco, alerta ela, é acabar deixando tais movimentos em áreas periféricas, o contrário do que se preconiza. Em Porto Alegre, cita ela, há 14 casos de grupos que foram alocados em áreas periféricas, alguns deles em áreas de risco.
 
Segundo a gerente nacional de entidade urbanas da Caixa Econômica Federal, Eleonora Mascia, o Minha Casa Minha Vida 3 deve implementar um sistema de pré-aprovação de propostas, o que selecionará mais os projetos a serem contemplados. “Temos muito a avançar de forma a dar autonomia para as entidades trabalharem”.
 
Eleonora alerta que o MCMV 3 não será como os anteriores. “Estamos em um outro cenário. Não há recurso abundantes como em 2007 e não teremos 3 milhões de unidades. Estamos em uma hora de reflexão. Nas ações anteriores, tivemos recursos que foram bem contratados, outros mal. Agora, será preciso fazer melhor, com qualidade mais visível para justificar qualquer investimento”, completou, destacando debates importantes que devem se seguir como o da qualidade construtiva e da sustentabilidade no território pós-ocupação.

Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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