Diminuir o acúmulo de toneladas de resíduos plásticos foi a ideia inicial de pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em Dourados, para a criação de projeto que utiliza o material na produção de blocos de concreto para calçamento. Projeto foi reconhecido nacionalmente e premiado entre os vencedores da 9ª Edição do Prêmio Odebrecth para o Desenvolvimento Sustentável.
Estudante de engenharia ambiental da UEMS, Bárbara Pinto Nascimento, foi a responsável pelo projeto, sob orientação do professor doutor Aguinaldo Lenine Alves. Premiação aconteceu em dezembro do ano passado e premiou nove projetos de pesquisa, sendo o da UEMS o único representante sul-mato-grossense.
Professor Aguinaldo Lenine Alves disse ao Portal Correio do Estado que projeto começou a ser desenvolvido há três anos com uso garrafas pet em substituição a areia e brita na fabricação dos blocos de concreto.
Como uso material teve resultado positivo, indústria de embalagens douradense convidou equipe da UEMS e explicou a necessidade de dar encaminhamento para os resíduos plásticos que não eram utilizados pela empresa. Dessa forma, surgiu a ideia de utilizar os resíduos plásticos no concreto.
Procedimentos foram realizados no Centro de Pesquisa de Materiais (Cepemat) da UEMS. Bárbara e Aguinaldo desenvolveram "pavers", que são pequenos blocos de concreto para calçamento, e incorporaram na massa resíduos das embalagens plásticas, em substituição a areia e brita.
Na pesquisa, observou-se que uso do plástico melhora a resistência e durabilidade das calçadas.
Além da qualidade, trabalho também tem forte apelo ambiental, já que retira do meio ambiente toneladas de materiais plásticos, que
Ainda segundo Alves, além da qualidade, trabalho também tem forte apelo ambiental, já que retira do meio ambiente toneladas de embalagens plásticas, que são transformadas em matéria prima por meio do processo de transformação do material.
Projeto é desenvolvido a fim de pesquisa, mas não é comercializado. “A gente passou para indústria e pedimos para para a empresa de blocos de concreto fazer um lote. Fizemos calçada no laboratório e vimos que há viabilidade, mas nossa pesquisa é de laboratório, não para fins comerciais”, explicou.
PREMIAÇÃO
Prêmio Odebrecht contempla projetos universitários que propões soluções de sustentabilidade aplicadas a diversos segmentos da engenharia.
Intitulado "Estudo das propriedades mecânicas de pavers de concreto obtidos através da introdução de resíduos plásticos oriundos da indústria de embalagens", projeto da acadêmica e professor sul-mato-grossenses foi um dos nove premiados no dia 16 de dezembro.
Sobre a premiação, professor afirmou que a ideia de se inscrever no concurso é por conta da falta de investimentos nos projetos de pesquisa da UEMS.
“Para a gente, essa premiação representa reconhecimento. Uma cidade do interior do Estado, com recursos mínimos, a gente corre atrás e consegue mostrar a importância que tem a UEMS”, disse o professor.
Como prêmio, trabalho receberá R$ 60 mil, sendo que autor, orientador e universidade ganham R$ 20 mil cada.