A reunião que estava agendada em Brasília com o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), e com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) foi cancelada. Além do chefe do Executivo e do governador, outros prefeitos de Mato Grosso do Sul foram ao DF para solicitar recursos e mesmo com a entrega de projetos, a liberação do dinheiro depende da estabilidade política do governo federal.
No caso específico de Marcos Trad e Reinaldo Azambuja, eles tratariam de repasses de recursos com o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), que esta manhã renunciou ao cargo. O encontro deles seria às 17h.
Eles solicitariam investimento para construção de casas populares, retomada das obras do Parque Linear Bálsamo e início da primeira etapa do projeto de drenagem e controle de enchentes do Rio Anhanduí.
Ao Correio do Estado, o prefeito disse que o clima na capital do Brasil é de “funeral” e que o cancelamento das conversas vão atrasar os projetos aqui, da Capital morena.
“Estava comentando aqui com o nosso secretário de obras (Rudi Fiorese) que o clima da cidade é de funeral, há uma tristeza, uma perplexidade com todos com quem conversamos”, comentou.
Trad disse ainda que muitos falam em Brasília sobre desapontamento, uma vez que “agora que parecia que as coisas estavam entrando nos eixos, acontece isso. É o que ouvimos aqui”.
O prefeito ainda lamentou o fato de os projetos para Campo Grande atrasarem ainda mais com a crise política no País. “Isso atrasa não apenas Campo Grande, mas o Estado e o Brasil como um todo”.
Ele comentou ainda que todos os ministérios estão parados e que agora retomar os projetos será complicado. “Até ver o rumo que as coisas vão tomar... se vão trocar ministros, secretários, equipes. Nossa! É outro trabalho”, afirmou.
NO ESTADO
Outras cidades também têm em Brasília pendência para receber recursos. Duas delas são Jardim e Coronel Sapucaia, que entregaram relatórios à Secretaria Nacional de Defesa Civil solicitando R$ 7,35 milhões para recuperar pontes e estradas danificadas pela chuvas que caíram em fevereiro deste ano. A pasta está vinculada ao Ministério da Integração.
O senador Waldemir Moka (PMDB) foi quem encaminhou as demandas hoje mesmo ao secretário nacional da Defesa Civil, Renato Newton Ramlow. O prefeito de Coronel Sapucaia, Rudi Paetzold (PMDB), também esteve em Brasília.
"O secretário nacional da Defesa Civil admitiu, durante a reunião, atender as reivindicações dos dois municípios sul-mato-grossenses, considerando ambas as situações como 'prioridade' do governo", informou nota da assessoria do senador.
MINISTROS
A instabilidade no governo federal pode ser agravada à medida que ministros caírem. Além do chefe do Ministério das Cidades, quem também sinaliza sua demissão é Aloysio Nunes (PSDB), ministro de Relações Exteriores.
Entre os projetos que se referem a Mato Grosso do Sul que Nunes está envolvido é a rota bioceânica. O ministro teve reunião com o senador Pedro Chaves (PSC) neste mês para tratar sobre a viabilidade da obra, que tem previsão de consumir R$ 60 milhões em obras e outros R$ 300 milhões somente com ponte de 2,5 quilômetros que precisa ser construída sobre o rio Paraguai.