Cidades

ESTAVA AUTORIZADO

Concurso para cobrir falta de centenas
de policiais civis está adiado

Deficit chega a 700 investigadores e escrivães e há cidades sem delegado

RODOLFO CÉSAR

23/02/2017 - 17h13
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O projeto estadual para solucionar a falta de delegado em pelo menos uma dezena de cidades de Mato Grosso do Sul e cobrir o deficit, ao menos em parte, de 300 escrivães e 400 investigadores a partir de concurso público ficou em segundo plano.

Ano passado, 19 cidades estavam sem delegado, algumas delas enfrentam problemas com o tráfico de drogas, como é o caso de Paranhos.

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), José Carlos Barbosa, confirmou hoje à tarde que a situação financeira estadual impede que esse processo seletivo seja realizado. A autorização para a seleção foi dada em 13 de janeiro de 2016 pelo Governo do Estado para cobrir vagas de delegado, escrivão e investigador.

O Estado não realiza concurso para a Polícia Civil há mais de três anos e em 2015 houve formação de 166 investigadores e 24 papiloscopistas para serem distribuídos entre as 79 cidades de MS. O deficit de 700 policiais civis é estimado pelo Sindicato dos Policiais Civis de MS.

O edital de uma nova seleção ficou na iminência de ser publicado durante quase todo o ano passado. Inclusive, chegou-se a divulgar que os salários das vagas variariam entre R$ 3,6 mil e R$ 14,2 mil. A Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização (SAD) é quem estava responsável pelo levantamento dos detalhes do processo seletivo.

"A situação que enfrentamos hoje impede qualquer tipo de situação desse tipo", afirmou o secretário da Sejusp em entrevista por telefone, hoje à tarde. 

PROJETO DE CORTE

O que ainda reafirma a situação de descartar qualquer tipo de concurso a ser promovido por enquanto é a proposta do Estado em aprovar uma reforma administrativa. O projeto já foi para a Assembleia Legislativa e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) queria a aprovação neste mês, mas impasse para definir a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) adiou a pauta para, pelo menos, março.

Entre ações que devem repercutir dessa proposta a ser votada há a exoneração de 1 comissionados, que geraria economia de R$ 34 milhões/ano, regionalização do atendimento de órgãos estaduais para 44 cidades e revisão de contratos, procedimento que pode resultar em outros R$ 100 milhões economizados.

Até mesmo a convocação de 435 agentes penitenciários que já foram formados está pendente de acerto. Amanhã (24) deve ser apresentado cronograma e há sinais que nem todos serão chamados para tomar posse ao mesmo tempo como forma de equacionar a folha de pagamento.

PROBLEMAS DIVERSOS

Em cidades do interior, como Costa Rica, a falta de peritos criminais também gera outro problema na segurança pública. Em caso de acidentes, os servidores precisam se deslocar de outras cidades, como Coxim, que fica a mais de 230 quilômetros.

Isso gera demora de horas no atendimento e exige que vítimas de acidente fatal fiquem expostas em vias porque não há efetivo suficiente para resolução da ocorrência com mais agilidade.

Em recente agenda em Chapadão do Sul, no dia 16, o secretário José Carlos Barbosa foi cobrado sobre a demora no atendimento de vítimas. A imprensa local chegou a divulgar que o titular da Sejusp mencionou que delegados fariam perícia em alguns casos, mas em entrevista hoje ele negou que cogitava prever esse tipo de medida, que contraria o Código do Processo Penal.

"Conversamos com o prefeito de Costa Rica (Waldeli dos Santos Rosa-PR) que podemos fazer uma parceria como acontece em Bataguassu hoje. Médicos da prefeitura ficariam credenciados para realizar alguns procedimentos como forma de agilizar o trâmite", esclareceu.

ESTRUTURA SEM USO

No município há a estrutura física do Instituto Médico Legal (IML), mas faltam profissionais para o funcionamento pleno.

Na quarta-feira (15), o prefeito Waldeli reuniu-se com o secretário adjunto da Sejusp, Antônio Carlos Videira, para solicitar a lotação de peritos criminais e médicos legistas em Costa Rica. Na mesma reunião participaram o presidente da Câmara, Lucas Lázaro Gerolomo e o presidente do Conselho de Segurança do município, José Alcides Simplício.

Se entrar em funcionamento, a unidade atenderia Costa Rica, Chapadão do Sul e Paraíso das Águas.

Memorando de Entendimento

MS será palco de 'teste agropecuário' com a Google

Agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar decisões do produtor 

06/12/2025 13h30

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática.  Reprodução//Secom-GovMS/Saul Schramm

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Através de um acordo de cooperação técnica assinado recentemente, Mato Grosso do Sul está prestes a se tornar palco de um "teste agropecuário" com o Google. 

O Memorando de Entendimento (MoU) assinado com a Google Brasil, conforme o Governo de MS em nota, prevê "cooperação em tecnologia, inteligência artificial e infraestrutura em nuvem, envolvendo áreas essenciais da administração pública". 

Distante aproximadamente uns 980 quilômetros da Capital, o governador de Mato Grosso do Sul viajou com sua equipe de secretários de Estado - Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) -  até o "coração" da popular Faria Lima, para reunião com executivos da empresa na sede da Google. 

Durante assinatura, Riedel relembrou o foco do Executivo sul-mato-grossense na transformação digital, que ele diz ser fundamental para a "efetividade da gestão estratégica sair do papel e ser executada", alcançando finalmente a população. 

Entre todos os focos a serem abordados, o agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar as decisões do produtor. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

Em complemento Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, apontou os índices de crescimento econômico e social sul-mato-grossense, que só tendem a melhorar com as ações de modernização e otimização de políticas públicas que passarão a contar com maior amparo tecnológico. 

"Mato Grosso do Sul já é uma potência no agronegócio e a tecnologia pode ser uma aliada para o crescimento do Estado. Queremos apoiar o Governo do Estado a levar o impacto positivo da tecnologia para a população", disse o executivo em nota. 

Demais áreas

Além do campo, as tecnologias do Google também devem ser aplicadas nas mais diversas áreas, possibilitando um melhor desempenho para alunos e até aumentando a eficiência administrativa das unidades escolares da Rede Estadual de Ensino (REE). 

As chamadas soluções de nuvem (para armazenamento de dados e sistemas online) e machine learning (aprendizado de máquina) permitiram um avanço na organização de dados, por parte da gestão pública, além de trazer mais transparência e economia dos recursos.

Toda essa nova base de dados permitirá, ainda, no futuro, que novas aplicações da Inteligência Artificial sejam integradas aos serviços essenciais à população, beneficiando áreas como saúde, segurança e finanças, como bem cita o Governo do Estado. 

Na visão do Executivo de MS, esse novo acordo é tido como um passo decisivo rumo a uma administração mais moderna, inteligente e conectada às necessidades da população. 
**(Com assessoria)

 

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SEM ACORDO

Dentistas negam proposta de Adriane Lopes e podem virar ano em greve

Categoria está em estado de greve desde o dia 15 de novembro, e acordo com o executivo municipal ainda está 'longe' de acontecer

06/12/2025 12h30

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5)

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5) Foto: Divulgação/Sioms

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Há cerca de 20 dias em estado de greve, os dentistas que trabalham na rede pública de Campo Grande negaram a proposta da Prefeitura e indicaram entrar em greve a partir do dia 17 de dezembro, seguindo assim por 30 dias caso não haja acordo com o executivo municipal.

Desde o dia 15 de novembro, o Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande estão em sério debate sobre o descumprimento judicial referente ao reposicionamento do plano de cargos e carreiras, provisionado desde 2022.

Nesta última semana, o executivo enviou uma proposta à categoria, para tentar chegar a um acordo antes que uma paralisação ocorra.

Sobre o reposicionamento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR):

  • 30% dos reflexos financeiros no mês de maio de 2026;
  • 35% no mês de maio de 2027;
  • 35% no mês de fevereiro de 2028;

Já sobre o auxílio alimentação:

  • 50% dos reflexos financeiros no mês de outubro de 2027;
  • 50% no mês de março de 2028;

Sobre o índice inflacionário, a Prefeitura pontuou “estar impossibilitada por questões legais”.

Porém, a proposta foi negada pela categoria. Na assembleia desta sexta-feira (5), além de votar sobre o acordo ou não com o executivo, os dentistas também indicaram data para a greve, iniciando-se no dia 17 de dezembro e durando cerca de 30 dias, ou seja, até dia 17 de janeiro. Todavia, a data é passível de alteração e até anulação caso as partes entrem em acordo.

“Haverá um cuidado, que foi discutido nesta Assembleia, para não haver prejuízos à população, tanto que 100% dos atendimentos em plantões, sejam ambulatoriais ou emergenciais, vão continuar em funcionamento. Então, a população que tiver alguma situação de dor ou de procura do cirurgião-dentista da unidade de saúde, de emergência, terá seu atendimento garantido”, explica o presidente do Sioms David Chadid.

Novela

A categoria afirma que o movimento é consequência do descumprimento, por parte da gestão municipal, do prazo judicial para efetivar o reposicionamento salarial determinado pela Justiça, decisão já confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde maio deste ano, a categoria busca reaver ajustes salariais que ficam entre 15% e 68%.

O descumprimento da liminar que garante a progressão vertical da carreira foi considerado o estopim para a organização da assembleia, uma vez que, segundo o sindicato, os profissionais estão há três anos sem atualização salarial e a não regulamentação do auxílio-alimentação.

Entre os pedidos, os sindicalistas querem a implementação a partir de abril de 2026 de auxílio alimentação de R$ 800, além de reposição de 15% sobre os pagamentos de plantões a partir de setembro do próximo ano - sendo os dois últimos pedidos escalonados em duas parcelas. 

Além de reposições salariais, a categoria também está pedindo melhores condições de trabalho. Em uma assembleia recente, cerca de 100 dentistas relataram condições precárias de trabalho nas unidades municipais de saúde, incluindo compressores quebrados, falta de insumos básicos, como luvas e rolinhos de algodão, além da pressão crescente sobre os profissionais, fatores que, segundo o sindicato, impactam diretamente a qualidade do atendimento à população.

*Colaborou Alison Silva

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