O chefe da Controladoria-Geral da União em Mato Grosso do Sul (CGU/MS), José Paulo Julieti Barbieri, colocou o cargo a disposição do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, na tarde de hoje (30). A entrega do cargo é em protesto contra Silveira, flagrado em gravação criticando a Operação Lava Jato e dando orientações ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).
Delegado regional do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon-MS), Luiz Roberto Machado disse ao Portal Correio do Estado que além de Barbieri, os chefes substitutos, Leandro Sá e André Rocha, também colocaram o cargo a disposição.
“Especificamento no Estado, o que o chefe regional [Barbieri] e os substitutos estão dizendo é que não trabalham enquanto não trocarem esse ministro”, disse Machado.
Ainda segundo o delegado regional, a partir do momento em que o servidor de carreira coloca o cargo a disposição, fica a critério do ministro a manutenção ou o desligamento do servidor. "Barbieri continua trabalhando e ainda é o chefe da CGU", completou.
O Portal Correio do Estado tentou falar com José Paulo Julieti Barbieri, mas não conseguiu contato até a publicação desta reportagem.
SINDICATO QUER DEMISSÃO
Sindicato que representa os servidores da antiga CGU (Controladoria-geral da União) divulgou carta pública em que pede a demissão do ministro Fabiano Silveira.
A nota, divulgada hoje e assinada pelo Unacon Sindical, sustenta que, em virtude das revelações feitas pelo programa, Silveira "demonstrou não preencher os requisitos de conduta necessários para estar à frente de um órgão que zela pela transparência pública e pelo combate à corrupção".
Fabiano Silveira foi gravado pelo ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, que se tornou delator da Lava Jato. Na época do diálogo, Silveira ocupava uma cadeira no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), colegiado responsável por fiscalizar o poder Judiciário.
Na carta pública, o sindicato "exige a imediata exoneração" do ministro, assim como a revogação da legislação que determinaram as mudanças na CGU.