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Vereadores fazem reunião reservada
para discutir reajuste dos servidores

Uma das propostas é retornar índice de 9,57%, ante os 2,79% oferecidos

RODOLFO CÉSAR E KLEBER CLAJUS

05/05/2016 - 13h35
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Os vereadores de Campo Grande reuniram-se em separado com representantes sindicais para discutir o impasse do reajuste salarial.

Projeto do Executivo propondo aumento de 2,79% seria votado na sessão de hoje (5), mas tumulto causado pela presença de 250 comissionados da administração de Alcides Bernal (PP) resultou no encerramento das atividades no plenário.

O grupo foi à Casa para cobrar abertura de processo de cassação do vereador Roberto Durães (PSC), que fez discurso com insinuação pejorativa em relação à mãe do prefeito da Capital. Os comentários foram feitos ontem (4). Houve pancadaria e foi preciso apagar as luzes do prédio para dispersar o público.

"Precisamos definir a situação do reajuste salarial. Em respeito aos servidores concursados e comissionados que aqui estão e que deveriam estar trabalhando, em respeito aos que estão em greve e em razão de relevância do assunto, vamos encerrar a sessão porque precisamos tomar uma decisão importante para todos os servidores. Vamos nos manter em plantão permanente discutindo essa questão", anunciou o presidente João Rocha (PSDB).

Enquanto o tumulto ainda persistia no plenário, os integrantes da Câmara reuniram-se no gabinete da presidência. Representante do Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande (Sisem), que representa trabalhadores do setor administrativo da educação, em greve desde 31 de março, e do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP) estavam no local e participaram desse encontro.

PROPOSTA

O Sisem fez a sugestão de emenda à proposta do Executivo para que seja suprimido parágrafo único e retorne o aumento de 9,57% sem escalonamento. A retirada do parágrafo seria para incluir os agentes comunitários de saúde. 

"Segundo os parlamentares, o primeiro projeto encaminhado pelo Executivo e rejeitado em votação no plenário apresentava diversas ilegalidades, como estudo parcial do custo de viabilidade econômica, em descumprimento do artigo 16 da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), além do projeto não tratar da evolução da folha de pagamento frente ao limite prudencial de 54%, em respeito ao art. 22 também da LRF", informou nota da Câmara.

A Procuradoria Jurídica da Casa deu parecer contrário tanto à proposta já rejeitada como indicou os mesmos vícios no novo projeto, que deu entrada em 27 de abril.

"Fizemos essa reunião para discutir todas as possibilidades, junto com o Sisem e a nossa Procuradoria Jurídica. Estamos aqui numa oitiva, para ouvir as propostas e analisar as opções, para formarmos uma opinião com base nas formatações técnicas e jurídicas", detalhou João Rocha.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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