Cidades

Polêmica

A+ A-

Para Bernal, críticas a uniforme
importado são preconceito com Paraguai

Pais reclamam de má qualidade; microempresa importou bermudas

ALINY MARY DIAS E KLEBER CLAJUS

30/06/2016 - 11h50
Continue lendo...

Durante a inauguração do Centro de Educação Infantil (Ceinf) Eleodes Estevão, no prédio onde funcionava a antiga Escola Cenecista, na Avenida Afonso Pena, o prefeito Alcides Bernal (PP) rebateu as críticas feitas por pais sobre a qualidade do uniforme e o local de fabricação das bermudas, o Paraguai. A cerimônia acontece na manhã de hoje.

Semelhante ao ocorrido ontem (29) durante sorteio de casas populares na Praça do Rádio, o evento de hoje serviu também como palanque eleitoral para Bernal, que deve concorrer a reeleição.

Sobre a polêmica relacionada aos uniformes, que foram fornecidos pela microempresa Odilara Frassão Calçados Eirelli, do Rio Grande do Sul e que importou as bermudas do país vizinho, Bernal rebateu as críticas e classificou tudo como preconceito.

“Não é pelo fato de ter etiquetas com nome do Paraguai que se pode estabelecer um preconceito. Não, não sejamos preconceituosos. Muitos viajam de Campo Grande ou vêm de outros países para comprar no Paraguai”.

O prefeito ainda questionou se os uniformes teriam que ter sido feitos na China, Estados Unidos ou Europa. “Se lá em outro país recusarem produto com etiqueta do Brasil nós vamos ficar felizes?”.

Bernal ressaltou a importância das crianças estarem com o uniforme, recebido com atraso de quase cinco meses, e orientou para que os que participavam da inauguração perguntarem sobre a qualidade das roupas para pessoas que não tivessem interesse político.

POLÊMICA

Nos últimos quatro anos. a empresa Nilcatex Têxtil vence as concorrências abertas pela administração municipal para fornecimento de uniformes e material escolar. Já foram mais de R$ 16 milhões pagos à empresa. Neste ano, além da Nilcatex, a empresa Odilara Frassão Calçados Eireli, com sede em Sapiranga, no Rio Grande do Sul, também venceu a licitação.

O que chama atenção desta vez, além do atraso habitual da gestão Alcides Bernal (PP), é o fato das bermudas entregues aos alunos terem sido confeccionadas no Paraguai. A importação, de responsabilidade da Odilara, foi feita pela empresa Triunfo Comércio e Importação, com sede em Blumenau, Santa Catarina.

No edital lançado no início do ano pela prefeitura e encerrado em abril, não é mencionada proibição de importação, no entanto, o modelo de concorrência adotado pela administração foi justamente para dar preferência a micro e pequenas empresas, fazendo com que a economia local e regional fosse fomentada.

No decreto federal N° 8.538, que baseou a licitação da prefeitura, consta que a contratação de microempreendedores individuais neste tipo de licitação tem o objetivo de “promover o desenvolvimento econômico e social no âmbito local e regional”.

Para fornecer as 77,3 mil bermudas, a empresa Odilara recebeu mais de R$ 687 mil dos cofres da prefeitura. Com a importação praticada pela empresa, o desenvolvimento econômico acaba sendo direcionado para o Paraguai.

A reportagem tentou contato com a Odilara, mas nenhuma das ligações foi atendida até o fechamento desta reportagem. Por telefone, representante da empresa Triunfo disse que avaliaria o caso e daria retorno, 

 Questionada, a prefeitura de Campo Grande afirmou que as empresas venceram a licitação porque ofereceram melhor qualidade e menor preço. A administração ainda ressalta que antes de serem declaradas vencedoras, as empresas apresentaram amostras dos produtos, que foram considerada satisfatórias.

“Na entrega dos uniformes, uma equipe da Semed fez inspeção para constatar a fidelidade ao exigido no edital, tanto em qualidade, quanto em quantidade”.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

Continue Lendo...

A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).