Cidades

INVESTIGAÇÃO

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Técnico de laboratório é preso por suspeita de envolvimento em aborto clandestino

Amiga da vítima também é apontada como suspeita pela polícia

VALQUÍRIA ORIQUI

09/01/2017 - 17h27
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Com pedido de prisão decretado, Dnilson Rodrigues Nunes, técnico em laboratório que trabalha no Hospital de Porto Murtinho, onde morreu Aline dos Reis Franco, de 26 anos, no início do mês passado, decorrente de aborto malsucedido, se apresentou hoje à tarde ao delegado Rodrigo Nunes Zanotta, responsável pelo caso.

O delegado disse ainda que a amiga de Aline, que a acompanhou ao hospital para fazer o procedimento, Simone Mareco, tem participação no crime, sem detalhar.

Ao Portal Correio do Estado, a mãe de Aline, Helemary Fátima dos Reis, de 52 anos, disse que Simone arcou com as despesas de traslado e sepultamento da colega. “Me falaram que assim que ficar pronto, [o laudo] no dia 10, será encaminhado para Porto Murtinho e eu serei ouvida por carta precatória”, afirmou.

“Minha esperança é de que, quando pegarem esse técnico [a entrevista foi dada antes da prisão do suspeito], que ele fale mais coisas. Se for aborto mesmo, eu sei que nada vai trazer minha filha de volta, e também não isento a culpa dela, não é porque sou mãe e porque é minha filha, pois ninguém deixa de ser bom ou ruim porque morreu, ela teve a parte da culpa dela, que foi não ter nos comunicado”, desabafou a mãe.

Porém, diante do envolvimento da amiga, a mãe é categórica ao afirmar que Simone poderia ter evitado a tragédia. “A amiga facilitou a passagem dela por esse caminho que ela foi. Quero justiça. Minha filha pagou o erro dela com a vida, mas a amiga terá que pagar também”, enfatizou.

Ainda sem muitas respostas para fatos que elucidem a morte da filha, Helemary alega que até o momento o aparelho celular de Aline não foi encontrado. Outro fato que chamou a atenção da mãe da vítima é a conta bancária da filha.

“Ela tinha dinheiro no banco e hoje só tem R$ 0,36. Pouco antes de tudo acontecer ela tinha feito acerto no antigo trabalho e havia recebido R$ 1.800. Onde foi parar esse dinheiro?”, questiona a mãe.

Para Helemary, a amiga mentiu diante de uma grave situação. “No hospital de Porto Murtinho, quando deu entrada, ela se apresentou como irmã para conseguir internar minha filha. Quando você tem um amigo que corre risco de vida não adianta mentir, o primeiro passo é salvar vida da pessoa, esse tinha que ter sido o papel dela”, pontuou.

Questionada se teve contato com Simone, Helemary disse que preferiu não procurá-la. “Não me prontifiquei em ligar, não quero contato, meu contato é via judicial”, alegou

O CASO

No dia 8 de dezembro do ano passado, o velório de Aline, que morava na Capital, foi interrompido por policiais e o corpo encaminhado para exame com objetivo de atestar a causa da morte. Há a suspeita de que a jovem tenha morrido em decorrência de aborto clandestino e que quadrilha articulou esquema para forjar o verdadeiro diagnóstico.

Helemary, que mora em Água Clara, não sabia da gestação de dois meses da filha e ficou sabendo do episódio por amiga. No dia 5 de dezembro, em viagem a Porto Murtinho, Aline disse para a mãe que levaria algumas roupas para parentes. No dia seguinte passou mal e morreu.

Então Simone ligou para Helemary avisando que Aline tinha tido convulsão e estava internada em Jardim. A mãe ainda conta que essa amiga de Aline articulou laudo com suposta causa da morte, funerária que fez o translado do corpo à Capital e até o sepultamento.  “Se for comprovado que minha filha foi assassinada, quero Justiça. Não vou desistir. Ela tinha uma menina de 11 anos e menino de seis anos, que ficaram órfãos”, desabafou a mãe.  

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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