Não é de hoje que a Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de Mato Grosso do Sul, vive a problemática de comportar pacientes além do que a estrutura física oferece.
Diante do aumento de casos no atendimento a pacientes com problemas respiratório nos últimos 45 dias, por conta do tempo seco, aliada à renúncia da Secretaria de Saúde de Dourados de ser gestora plena de suas unidades, a direção do hospital da Capital determinou que não usará mais respiradores manuais.
O ambú é o equipamento utilizado nesse tipo de situação e seria para substituir a respiração da UTI por pequeno prazo de tempo. Mas com a falta de leitos e aumento da demanda, o método passou a ser regra nos hospitais de Campo Grande, principalmente na Santa Casa, que concentra o recebimento de pacientes de acidentes de todo o Estado.
A medida, segundo o diretor-presidente da Santa Casa, Esacheu Nascimento, visa acabar com profissionais da saúde manuseando o equipamento por horas, enquanto o paciente aguarda ponto de oxigênio da UTI.
“O ambú existe em todos os hospitais do mundo. Ele é usado no trânsito do paciente de ambulância até dentro do hospital para que possa alcançar um ponto de oxigênio, mas acabam fazendo uso sem critério, e ele fica de 4h a 8h no equipamento manual, o que é nocivo para a saúde do paciente, podendo prejudicar os alvéolos”, relatou diretor-presidente.
SITUAÇÃO CRÍTICA
Esacheu Nascimento explicou que o respirador mecânico é mais eficiente porque controla a entrada e a intensidade do ar, já no manual, o ar é espremido no ambú, por isso é inadequado.
“Já falamos com os reguladores e para o paciente entrar no hospital é preciso ter ponto de oxigênio disponível, caso contrário, não podemos recebê-lo”, explicou.
REMANEJAMENTO E VAGAS
Ainda conforme Nascimento, foram identificadas áreas do hospital onde estavam internadas pessoas que não precisavam de oxigênio e estavam ocupando esses espaços.
Ao todo, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa tem 93 pontos de oxigênio no Pronto Socorro do hospital. “Ocupamos outra área com oito pontos de oxigênio que estava de reserva para a pediatria e que eventualmente era utilizado exatamente para atender as emergências”, mencionou o diretor-presidente, ao falar da expansão.
Na opinião dele, a nova determinação não afetará o atendimento na unidade. Isso porque foram colocados à disposição 16 novos pontos de oxigênio na área vermelha.