Projeto quer capacitar profissionais que atuam em salões de beleza de Campo Grande para reconhecer clientes que estejam sofrendo qualquer tipo de violência no âmbito familiar. A ação que tem como nome “Mãos emPENHAdas Contra a Violência”, em alusão à lei Maria da Penha, é promovida pelo Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, por meio da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar da Capital.
De acordo com informações da instituição, a iniciativa busca parceria com salões de beleza que deverão atuar como multiplicadores de informações sobre todas as formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres. Os estabelecimentos participantes terão Selo de Parceria para identificação.
A ideia é capacitar trabalhadores (cabeleireiras, manicures, depiladoras) para reconhecer nas clientes traços de violências. Identificadas as agressões, esses profissionais poderão orientar as vítimas sobre direitos e providências a serem tomadas.
Na tarde desta segunda-feira (20), a coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e juíza da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar de Campo Grande, Jacqueline Machado, reuniu na Casa da Mulher Brasileira representantes de salões de beleza da Capital para apresentar o projeto e a campanha. A a resposta foi positiva e a participação confirmada.
A previsão é que o lançamento ocorra em meados do mês de março. A capacitação dos profissionais está marcada para o dia 13 de março, na Casa da Mulher Brasileira.
LUGAR DE DESABAFO
A juíza explica que a escolha dos salões para serem o fio condutor do projeto não foi por acaso. “São nestes lugares que as mulheres costumam contar, desabafar o que está passando. O profissional terá a capacidade de identificar e dar orientação para a mulher, porque, às vezes, nem ela consegue identificar o que está passando, tamanha é a dificuldade, por estar inserida no ciclo da violência, e por não conseguir se posicionar como vítima. Este profissional saberá, depois da capacitação, identificar e orientar do melhor modo”, disse Jacqueline.
A coordenadora da mulher explica, ainda, como as mulheres podem identificar os salões parceiros da campanha. “Teremos vários salões de beleza espalhados pela cidade com um selo do projeto, assim a mulher saberá que ali ela tem a possibilidade de ter orientação do que fazer, qual a melhor forma de agir, onde pode buscar ajuda, seja no sentido de denunciar ou ter um tratamento e apoio da rede de proteção das mulheres”, explica.