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Dia do Bibliotecário

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Profissão que vai além das estantes de livros emprega até 90% dos formados

No Estado, só uma instituição oferece curso superior em Biblioteconomia

ALINY MARY DIAS

12/03/2017 - 12h00
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Profissionais que poderiam começar a perder espaço no mercado de trabalho por conta da revolução digital, os bibliotecários se reinventaram nos últimos anos e a função atualmente vai muito além de organizar estantes de livros. Em tempos de crise econômica, profissão que tem índice de empregabilidade de até 90% pode ser uma ótima opção para quem está em dúvida sobre qual área se especializar.

Neste domingo em que é o dia do bibliotecário é comemorado, o Portal Correio do Estado mostra dois exemplos de profissionais da área que têm paixão pelo que fazem. 

Neide Mendes, de 44 anos, é estudante do primeiro semestre de Biblioteconomia, curso oferecido no Estado apenas pelo IESF. Apesar de estar há poucos meses na universidade, ela tem experiência de quatro anos atuando na biblioteca da Santa Casa.

Formada em curso técnico em biblioteca, oferecido por centro de educação estadual, Neide decidiu cursar o ensino superior depois que a Santa Casa reformulou a biblioteca, que além de acervo de livros, tem possibilidade de pesquisa online de artigos científicos, que podem ajudar médicos ena elaboração de diagnóstico de pacientes.

“O bibliotecário faz desde a organização da estante e a catalogação dos livros até a consultoria para empresas na gestão de informação, em arquivos, instituições públicas e privadas. No hospital, é conhecido como biblioteca médica”, afirma.

Além de Neide, outros 20 alunos ingressaram no curso neste semestre e a estudante acredita que com o passar dos anos deve ocorrer maior abertura no mercado de trabalho e mais oportunidades para os profissionais que optaram pela Biblioteconomia.

Outro exemplo de profissional que viu nessa área um caminho para crescer profissionalmente é o professor universitário e empresário Rodrigo Pereira, de 37 anos. Cursando pós-doutorado em Ciência da Informação, além de dar aula na faculdade, ele também possui, há 14 anos, empresa especializada na área.

“Culturalmente o brasileiro vê o bibliotecário apenas com ligação aos livros, mas atualmente o profissional está inserido em processo de produção, gerenciamento, socialização do conhecimento cientifico, educacional e cultural”, conta Rodrigo.

Na prática, atualmente o bibliotecário pode atuar em qualquer empresa onde a informação seja um insumo de trabalho. “Algumas áreas que o profissional tem atuado é a curadoria digital, big data, gestão da informação e do conhecimento e inteligência competitiva”. 

O professor explica, ainda, que acredita em um aumento de demanda pelo profissional nos próximos anos, principalmente em razão da quantidade de informação com que muitas empresa precisam lidar. "Atualmente, temos um levantamento que indica que no Brasil 90% dos formados em Biblioteconomia são empregados. Aqui em Campo Grande, a maior parte dos nossos alunos da universidade já são contratados para atuar na área", completa Rodrigo. 

Confira abaixo onde podem trabalhar os bibliotecários:

1. Documentação e informação
Bibliotecas: públicas, comunitárias, ambulantes, especiais, hospitalares, escolares, infantis, acadêmicas, especializadas e particulares. Centros de Documentação; Centros de Análise de Informação; Centros de Análise de Informação; Centros de Comutação Bibliográfica; Arquivos; Editoras e Publicadoras; Livrarias; Centros de Restauração de Documentos e de Obras de Arte; Residências Particulares (cadastramento de bens); Empresas (controle do fluxo da informação e documentação).
 
2. Comunicação e informação
Empresa de Comunicação (da produção à divulgação da informação), Jornais e Revistas; Empresas Cinematográficas e de Publicidade; Videotecas (preparação, organização e distribuição de videotextos e videocassetes); Biblioterapia; Serviços de Informação em aeroportos, rodoviárias, instalações ferroviárias e de metrô; tradução; Organização de Congressos; Seminários e Simpósios.
 
3. Cultura e lazer
Galerias de Arte; Museus de Arte; de Ciências; Históricos (em colaboração com o profissional da área); Centros de Cultura; de lazer (informação, estímulo à criatividade, promoções culturais, leitura como lazer, sinalização do espaço, pesquisas...); Agências de Turismo (informações turísticas locais, nacionais e internacionais, pesquisa de mercado...)
 
4. Educação
Ensino de Biblioteconomia (2º e 3º graus e Pós-Graduação); Treinamentos de Usuários.
 
5. Pesquisa
Centros de Pesquisa; Apoio a Pesquisadores (pesquisa bibliográfica, localização e aquisição de fontes ou dados, normalização); Pesquisa Aplicada à Biblioteconomia.
 
6. Tecnologia da informação
Informática; Centros de Computação; Teleprocessamento; Bancos e Bases de Dados; Microfilmagem; Digitalização; Internet.
 
7. Planejamento e informação
Serviços como Autônomo; Consultor e/ou Assessor Especializado.
 
8. Política e informação
Assessoria a Políticos;
Associações de classe;
Conselhos Regionais de Biblioteconomia e Sindicatos.
 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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