Com a falta de leitos na rede pública de saúde, por conta da demanda de pacientes de 35 cidades que não podem mais ser atendidos em Dourados, a prefeitura de Campo Grande comprou oito vagas em hospitais particulares para receber pacientes que estão na fila para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), informou o secretário municipal de saúde, Ivandro Fonseca, ao Portal Correio do Estado.
Ainda conforme Fonseca, serão transferidos aqueles que estão em situação mais crítica. Ontem, reportagem do Portal Correio do Estado relatou o drama de Tatiane Cândida de Sousa Silva, de 27 anos, que aguarda há dois dias na Unidade de Ponto Atendimento (UPA) do Vila Almeida pela transferência da avó, Mariana Felícia de Sousa, de 80 anos, para um leito com equipamentos adequados para as condições de saúde da idosa.
Conforme Ivandro, a transferência de Mariana, assim como de outros sete pacientes deve acontecer ainda na tarde de hoje. “É só o tempo dos hospitais adequarem os quartos para que possam ser acomodados. Alguns já foram transferidos”, destacou. As novas vagas estarão disponíveis no Hospital El Kadri, Clínica Campo Grande e Hospital Regional.
Questionado sobre o custo das novas aquisições, Ivandro não soube informar, mas garantiu que é uma obrigação tripartite. “Estado, União e Prefeitura são responsáveis pelo custeio dessas oito vagas”, observou o secretário ao enfatizar a preocupação diante da superlotação que acomete a Capital desde sexta-feira (17), quando o secretário de saúde de Dourados, Sebastião Nogueira, renunciou a gestão plena.
“Estamos com falta de leitos por conta da superlotação. São 35 municípios sendo atendidos aqui na Capital [cidades que, antes, eram atendidas em Dourados]. Estou muito preocupado com isso. A omissão do Estado nesse aspecto me preocupa muito”, ressaltou o secretário ao acrescentar que já comunicou o secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, sobre a compra dos leitos. “Até agora não obtive retorno dele, mas comprei mesmo assim, não posso deixar que pessoas morram”.
Com quadro de saúde estável, Tatiane conta que o médico responsável pela avó já emitiu laudo autorizando a transferência da idosa para a unidade de tratamento intensivo. “O Samu já está avisado que ela pode ser transferida, só falta a vaga mesmo, que eu espero que saia ainda hoje”, explicou a neta.
Segundo a operadora de caixa, a pneumonia de Mariana está melhor. Porém, ela não pode ser desentubada até que esteja numa UTI, com equipamentos mais sofisticados para caso de acontecer qualquer emergência. “Ela tentou acordar hoje, se mexeu, mas sedaram novamente. Ela está em coma induzido”.


