Cidades

'NOVA CAPITAL'

Presidente da Câmara diz que
revisão de plano diretor ficará para 2017

Comissão da OAB promete judicializar ação se projeto atual for aprovado

RODOLFO CÉSAR

01/12/2016 - 18h00
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A revisão do plano diretor de Campo Grande não será implantada neste ano. O Ministério das Cidades preconiza que a regulamentação da cidade seja renovada a cada 10 anos e a última mudança do regramento aconteceu em 2006.

O projeto de lei elaborado pela Prefeitura da Capital precisa ser encaminhado para a Câmara de Vereadores e o presidente João Rocha (PSDB) adiantou que não será possível realizar a votação de afogadilho. Ele recebeu a visita e ofícios de diferentes instituições, entre elas do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), solicitando que seja dado mais tempo para discussão das mudanças.

"Vamos tratar isso com muita cautela. O Executivo teve até agora para promover discussão ampla, o que não aconteceu. Não vamos fazer isso de forma precipitada", afirmou o vereador, que como presidente da Casa pode adiar a discussão do projeto para o novo mandato. Ele é cotado para se manter na presidência ano que vem.

João Rocha afirmou que o governo municipal ainda não protocolou o projeto e só existe atualmente a minuta da lei que vem sendo apresentada a diferentes órgãos. "Nós só podemos analisar com o projeto de lei tramitando", afirmou o presidente da Casa.

Conforme consta no Estatuto das Cidades, o plano diretor é o documento básico para orientar a política do município com relação ao desenvolvimento e expansão urbana. Também define taxação de obras e influencia na instalação ou não de de novos empreendimentos.

O CAU manifestou-se na semana passada pelo adiamento da votação porque alegou que há detalhes da revisão que deveriam ser melhor analisados. "Não temos condições de discutir o mérito ainda. A revisão deve acontecer em condições de tempo e ambiente mais regulares, com a ampliação de prazo em mais doze meses", opinou o presidente do conselho, Osvaldo Abrão de Souza.

A minuta elaborada tem 229 artigos e o texto é considerado muito técnico e complexo pelos integrantes do CAU.

OUTRO POSICIONAMENTO

Os Conselhos Regionais de Campo Grande, que são órgão consultivos, elaboraram carta aberta à população ontem (30) informando que são favoráveis a algumas mudanças no atual plano diretor. Elas devem impactar diretamente no aumento do custo da construção, principalmente de grande empreendimentos.

No documento, assinado por Fagner Lira Bizerra, representante titular no Grupo Técnico de Revisão do Plano Diretor de Campo Grande, e Ariovaldo Ribeiro de Oliveira, suplente, os conselhos posicionaram-se contra a prorrogação do processo para se aprovar as mudanças.

Eles alegam que as discussões foram amplamente debatidas nos conselhos, que são órgãos de participação popular. "Temos a forte impressão de que toda a intenção de parar a revisão do plano diretor é em função do ponto mais polêmico (...), ou seja, da outorga onerosa do direito de construir", informou os conselheiros.

Essa outorga, identificada pela sigla OODC, fixa áreas que permitem a construção acima do índice permitido no plano mediante pagamento de taxa à prefeitura. Ela refere-se ao limite que o construtor pode utilizar na área do terreno para estar isento ou ser taxado. A regra segue uma equação para o cálculo do valor devido.

Campo Grande tem vários níveis e a proposta de mudança era uniformizar para nível I da OODC, o que equivaleria a uma área de um sobrado. Além desse espaço utilizado, seria preciso pagar uma taxa.

"A OODC já consta no atual plano diretor nos artigos 21 e 23, porém não tem uma eficácia esperada. O momento é a melhor oportunidade de corrigir as falhas descobertas no plano de 2006", informou documento dos Conselhos Regionais.

Os valores recolhidos com essa outorga precisam ser investidos em áreas com infraestrutura precária e ausência de equipamentos comunitários, como praças.

POSICIONAMENTO

A Prefeitura de Campo Grande foi procurada hoje à tarde para manifestar posicionamento, mas até a publicação desta matéria ainda não havia enviado resposta.

O Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Planurb) é a autarquia do governo municipal que está a frente das discussões. Houve também a contratação da empresa URBTEC-TM Engenharia, Planejamento e Consultoria Ltda-EPP para elaborar o plano de revisão, ao custo de R$ 670 mil.

Esse convênio foi oficializado em 4 de maio deste ano e desde então houve diversas reuniões e apresentações. A conclusão do projeto é para 12 de dezembro, mas já houve exposição do novo plano na semana passada.

NOVO PREFEITO

Marcos Trad (PSD), prefeito eleito da Capital, participou de reunião ordinária da Comissão de Direito Imobiliário, Urbanístico, Notarial e Registral, da Ordem dos Advogados do Brasil, subseção Mato Grosso do Sul (OAB/MS), ontem (30) para tratar sobre o novo plano diretor.

“O texto do Plano da forma como está não pode ser aprovado. Não fomos ouvidos pelo Planurb, não conseguimos dialogar. A ideia é construir um documento de consenso para que Campo Grande volte ao ritmo de crescimento que já teve um dia. A OAB/MS se manifesta contra a aprovação do Plano Diretor na atual formatação e, se não houver acordo, vai ajuizar a ação”, afirmou o presidente da CDIURN, Alípio Oliveira. 

 “A nossa voz não tem ecoado no interesse daqueles que administram a cidade. Se a Capital não evoluiu como deveria, a culpa não é do Plano Diretor, mas sim do gestor. É preciso uma intervenção urgente contra a aprovação desse projeto”, destacou Marcos Trad durante a reunião.

Fórum Criminal

Adriane doa terreno de R$ 13,4 milhões ao Tribunal de Justiça

Imóvel, de 5,5 mil metros quadrados, está localizado na esquina da rua Barão do Rio Branco com a Bahia, onde funciona o Batalhão de Trânsito

17/12/2025 19h00

Polícia de Trânsito será

Polícia de Trânsito será "despejada" do endereço onde funciona há cerca de duas décadas para dar lugar ao Fórum Criminal Gerson Oliveira

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A prefeitura de Campo Grande oficializou nesta quarta-feira (17) a doação de um terreno de 5,59 mil metros quadrados, avaliado em R$ 13.489.788,28, para o Governo do Estado. No local, esquina das ruas Barão do Rio Branco com a Bahia, será construído o Fórum Criminal. 

No terreno que ainda pertencia à prefeitura funciona, há cerca de duas décadas, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que terá de ser transferido para novo endereço assim que as obras começarem, possivelmente no próximo ano. O novo local ainda não foi definido.

O terreno, onde até o final do século passado estava instalado o Dersul (Agesul), tem 12,22 mil metros quadrados. E como somente parte foi doada, os orgãos da saúde municipal e estadual continuarão no mesmo endereço. 

A aprovação da doação terreno ocorreu no último dia 10, em meio à resistência de parte dos vereadores, já que entendiam que a prefeitura, em crise financeira, deveria vender o imóvel. Porém, a proposta da prefeita Adriane Lopes acabou obtendo o número de votos necessário para a doação.  

Conforme a previsão do Tribunal de Justiça, para o novo prédio serão transferidas as seis varas criminais e as duas do tribunal do júri. Entre as propostas está a construção de auditórios maiores para acomodar a platéia durante estes julgamentos. 

Até a conclusão da obra serão necessários em torno de R$ 100 milhões. Porém, no orçamento do próximo ano o Tribunal de Justiça destinou apenas R$ 1.635.000,00, valor que deve ser suficiente apenas para bancar os trabalhos iniciais de elaboração do projeto executivo do novo prédio, a não ser que o Executivo banque os custos da construção. 

A prioridade do TJ,  por enquanto, é a construção do anexo e refeitório do prédio do gabinete dos desembargadores. Para este projeto estão sendo destinados R$ 8,9 milhões na proposta orçamentária do próximo ano do TJMS.

Um dos argumentos utilizados pelo presidente do Tribunal,  Dorival Renato Pavan, é de que o prédio atual do fórum de Campo Grande, inaugurado no final de 2022, ficou pequeno para abrigar juízes, servidores, advogados e usuários dos serviços do Judiciário. 

Além disso, argumenta o magistrado, é necessário separar as varas cíveis das criminais para garantir maior seguranças às milhares de pessoas que diariamente entram e saem do prédio. 

Para aliviar esta suposta superlotação, já está sendo construído  o Fórum da Mulher, da Criança e do Idoso, ao lado da Casa da Mulher Brasileira, nas imediações do aeroporto internacional de Campo Grande. O investimento inicial é de R$ 10 milhões.

A construção do fórum atual se arrastou ao longo de nove anos, com alguns períodos de interrupção total  dos trabalhos. Ele tem 21,7 mil metros quadrados de área construída substituiu o fórum que antes funcionava na Fernando Corrêa da Costa. 

Conforme a previsão, o novo prédio terá menos da metade do tamano, da ordem de 11 mil metros quadrados. Porém, também não sairá do papel de um dia para o outro. A previsão é de que a obra se arraste por até cinco anos, se houver disponibilidade de recursos. 
 

Cidades

Em meio a greve, vereador sugere regulamentação de vans como transporte coletivo

Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a proposta que prevê as vans como uma alternativa para a população

17/12/2025 18h55

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

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Diante do paralisação dos ônibus que Campo Grande vive nos últimos dias, o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul determinou a intervenção da Prefeitura Municipal na gestão do Consórcio Guaicurus. Com esse cenário, o vereador Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a regulamentação do uso de vans como alternativa de transporte. 

"Campo Grande não pode parar. Uma capital desse porte não pode ficar sem transporte coletivo nem por um único dia. O transporte de vans é uma alternativa que é sugerida com recorrência. E, agora, diante da emergência da greve, uma solução provisória para milhares de passageiros que dependem do ônibus, mas que não contam com o serviço neste momento", destacou o parlamentar.

Para o vereador, a medida judicial confirma que a crise no sistema não é pontual, mas resultado de falhas graves e recorrentes. 

"O que foi decidido mostra que o problema é estrutural e exige providências imediatas. A população não pode continuar sendo penalizada. Quando não é pelo alto preço da passagem ou pela má qualidade dos ônibus, o Consórcio provoca situações como uma greve. Além disso, de maneira recorrente, acusa a Prefeitura pelo não pagamento de repasses, mesmo quando a Prefeitura promove a isenção de impostos ou efetua o repasse. Sem falar no descaso com os próprios trabalhadores do Consórcio que alegam estar sem pagamento", afirmou.

Decisão da Justiça

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juiz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado e ex-candidato a prefeito Luso Queiroz (PT) em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Outra alternativa

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) reforçou que, para melhorar o serviço, é necessário pensar em novos modelos de transporte público, além de novas formas de gestão que possam garantir um sistema mais ágil e eficiente.

Para ele, a implementação do VLT (veículo leve sobre trilho) poderia aliviar o trânsito, diminuir a poluição e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. 

Além disso, Ronilço sugeriu que o município busque novos recursos e parcerias para financiar melhorias no transporte coletivo, como a captação de investimentos por meio de instituições financeiras internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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