O prefeito Alcides Bernal (PP) e o secretário municipal de saúde Ivandro Fonseca afirmaram categoricamente que o antigo Cempe (Centro Municipal Pediátrico), hoje denominado Pronto Atendimento Integrado (PAI), não será fechado.
A unidade funciona na avenida Afonso Pena e centraliza o atendimento de urgência e consultas para crianças no centro de Campo Grande. As declarações foram dadas na tarde desta sexta-feira (9), durante anúncio do governo municipal que haverá uma reestruturação no atendimento pediátrico na cidade.
"Vamos descentralizar o atendimento para garantir acesso a toda população. Teremos o plano de assistência pediátrica nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)", disse o secretário municipal de saúde, Ivandro Fonseca, em entrevista coletiva concedida em seu gabinete.
De acordo com esse plano, nas UPAs Vila Almeida, Coronel Antonino e Universitário receberão um pediatra para realizar consultas em esquema de plantão (24 horas). Já o Cempe funcionará restrito para urgências e emergências. Nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs), também passará a ter pediatra para consultas, mas apenas em horário comercial e de segunda a sexta-feira.
MAIS MÉDICOS
Para conseguir implantar essa proposta, o governo municipal confirmou que precisará contratar mais médicos, principalmente pediatras.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), em setembro o quadro médico apresentava quantitativo de 900 profissionais. Número bem abaixo dos 1,3 mil que trabalhavam antes do período que houve greve. Naquela época, a Sesau já sugeria que o quadro ideal seria ter ao menos 2 mil profissionais.
"O plano prevê contratação de novos médicos, ampliação no volume de leitos hospitalares nas pediatrias, convênio com a residência médica de pediatria da Santa Casa (de Campo Grande), construção de três novas unidade de pronto atendimento (na verdade, finalizar as obras que estão paradas há anos) no Santa Mônica, Jardim Leblon e Moreninha", detalhou Fonseca.
O próximo passo para implantar essa proposta é encaminhar o projeto para o crivo do Conselho Municipal de Saúde. A apreciação pode acontecer ainda neste mês. "Se for aprovado, o prazo de implantação é de quatro meses", garantiu o secretário de saúde.
Será preciso contar com recursos do Ministério da Saúde para custeio dessas unidades, além de uso de recursos próprios.
RUMORES
Funcionários do antigo Cempe haviam relatado ao Portal Correio do Estado neste mês que o Cempe poderia ser fechado e o quadro que trabalha no local ser demitido. A unidade, que no projeto inicial, na época do prefeito afastado Gilmar Olarte (PP), era para ser um Hospital Materno Infantil, foi desaprovada pelo Conselho Municipal de Saúde e por isso precisava ser fechada ou transferida para outro endereço.
A prefeitura gasta por mês R$ 194 mil em aluguel daquele prédio, que já foi o Hospital Sírio Libanês e pertence a Mafuci Kadri. A unidade foi inaugurada em 12 de outubro de 2014.
O atual governo tenta mudar o projeto para que seja aprovado pelo conselho de saúde. Ao invés de ser um hospital, o local se tornaria uma espécie de unidade de pronto atendimento.