A Prefeitura de Campo Grande derrubou ao menos 100 barracos da favela Estrela do Norte, que fica ao lado de uma fábrica de refrigerante no Indubrasil, na manhã desta sexta-feira (20). Com os materiais no chão e sem lugar para ir, os moradores do terreno afirmam que vão montar novamente suas casas.
Uma ação em conjunta entre a Polícia Militar (PM), Guarda Municipal, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedesc) e Agência Municipal de Habitação (EMHA) começou às 6h para expulsar os invasores do local.
“Eles chegaram batendo e falando que iam derrubar com a gente dentro se não saíssemos. Foram grosseiros. Eu tenho cinco filhos e não tenho para onde ir. Vou erguer meu barraco de novo, mas com lona porque perdi todo material”, declarou o operador Edivaldo da Silva, 37 anos.
Muitas crianças estavam no local e acompanharam a atuação dos órgãos públicos. Com a previsão de chuva e sem ter para onde ir, o pedreiro Carlos Oliveira, de 43 anos, afirma que assim que força tarefa sair do local vai reerguer o barraco onde morava.
“Estou aqui há um ano e guardei material para o meu barraco. Vou levantar outro”, declarou.
Sem jurisdição em toda a área invadida, a administração municipal não pode derrubar cerca de 15 barracos que ficam na beira do trilho, pois essa parte é de responsabilidade da União.
EHMA
De acordo com a agência há cerca de duas semanas, equipes da prefeitura já haviam derrubado 10 barracos e notificado os invasores da área pública para que não voltassem.
“Nesta quinta-feira (19) os invasores foram notificados para desocupação imediata. A força-tarefa para conter a invasão fez registros fotográficos dos barracos que permaneceram, porém, não há projetos habitacionais previstos para atender os invasores”, esclarece em nota.
A EHMA explica por meio do documento que a área não possui condições de moradia. “Trata de um zoneamento industrial sem infraestrutura para abrigar projeto habitacional”, conclui.