A Polícia Civil vai protocolar hoje um pedido de quebra de sigilo telefônico, bancário e virtual do estudante de medicina João Pedro da Silva Miranda, 23 anos, envolvido no acidente que matou a bacharel em Direito, Carolina Albuquerque Machado, 24, na Avenida Afonso Pena, no Bairro Chácara Cachoeira.
Conforme o delegado responsável pelo caso, Geraldo Marim, titular da 3ª delegacia de Polícia Civil, o objetivo é descobrir se o estudante ingeriu bebida alcoólica pouco antes da abtida que levou a jovem a morte.
"Precisamos confirmar onde ele estava, com quem conversou e se fez uso do cartão para comprar bebida, por exemplo, isso vai ajudar a desvendar algumas situações", explicou.
Hoje pela manhã, investigadores estiveram no local do acidente para fazer medições e tirar dúvidas sobre as circunstâncias da batida. "Não foi uma reprodução simulada e sim um reconhecimento do local, para que possamos analisar melhor as imagens e os depoimentos", afirmou o delegado.
Marim também aguarda o resultado de laudos feitos pela perícia no local do acidente. "Os laudos são fundamentais porque devem indicar exatamente a que velocidade ele estava e qual foi a dinâmica de tudo. Eles devem ficar prontos até o fim da semana", disse o delegado.
DEFESA
A defesa de João Pedro também solicitou à Justiça que seja determinada também a quebra do sigilo digital, bancário e telefônico de Carolina. Eles querem saber se a jovem falava ao celular ou utilizava algum aplicativo no smartphone no momento do acidente.
Ainda foi solicitado que à google ou aple informe a localização da advogada no período de 12 horas antes da batida, e que o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) informe se foi coletado sangue de Carolina.
O pedido do advogado Benedicto Arthur de Figueiredo Neto, que atua na defesa do universitário, constava em documentos anexados ao processo que tramita na 1ª vara Tribunal do Júri, mas foi colocado em sigilo pela Justiça hoje.
O CASO
Conforme divulgado pelo Portal Correio do Estado, o Batalhão de Trânsito de Polícia Militar informou que a caminhonete Nissan Frontier conduzida pelo autor trafegava a cerca de 160 quilômetros por hora na Avenida Afonso Pena. Em razão da alta velocidade, não foi capaz de desviar do veículo Fox ocupado por Carolina e o filho de três anos.
Já era mais de meia-noite e a mulher havia furado o sinal para acessar a Avenida Paulo Coelho Machado, no Bairro Chácara Cachoeira. Com o impacto, o Fox foi arremessado por cerca de 110 metros. Carolina não resistiu e morreu no local. O filho dela, de três anos, e o irmão do condutor da caminhonete, João Victor Miranda Jorge, 21, foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros, mas sem ferimentos graves.
No local, testemunhas relataram que João Pedro desceu da caminhonete embriagado, falou ao celular e disse que havia sido orientado pelo pai a fugir às pressas, para que não fosse autuado em flagrante. Ele ainda não foi apresentado. O irmão dele relatou que ambos saíram na Frontier para passear nos altos da Afonso Pena e encontrar amigos. Ele alegou que todos os sinais estavam verdes, mas que não tinha noção da velocidade em que estavam se deslocando.