Desacordo envolvendo tráfico e falta de pagamento pelo transporte poderia ter terminado em execução na noite de sábado, em Campo Grande. Denúncia de cárcere privado foi feita à Polícia Militar, que chegou no local, uma residência na Rua Marília, no Jardim Noroeste, antes que houvesse alguma morte.
O caso começou por volta das 19h30 de sábado e a polícia só conseguiu prender os suspeitos e registrar a ocorrência por volta da meia-noite e meia deste domingo.
Na ação, quatro homens foram presos: Luan da Silva Cruz, 24 anos, Gabriel Freitas Barros, 29 anos, William Gada da Silva, 24 anos, e Genaro Antônio Gimenes Morales Junior, 24 anos. As vítimas eram um homem de 25 anos e a esposa dele, de 38 anos.
As vítimas, um casal, ficaram com os suspeitos por cerca de 50 minutos na residência. Nesse período, ocorreu "julgamento" deles por meio de conferência via celular.
"O cárcere durou aproximadamente 50 minutos, onde os autores ainda quebraram os celulares das vítimas e fizeram uma conferência via telefone celular com outras pessoas que determinaram que sua sentença seria a morte. Que em meio a esta conferência, a guarnição chegou ao local e impediu que as vítimas fossem executadas", informou a Polícia Militar.
Uma quinta pessoa estaria dando apoio, mas ela fugiu pulando muros. Com equipes da Polícia Militar espalhadas na região, foi possível encontrá-la. Gabriel Freitas Barros estava em um Hyundai I30 preto.
A polícia ainda apreendeu uma Hillux, placas GFZ-7878, que estava na frente da residência das vítimas. As chaves da casa estavam no bolso de William Gada.
Conforme apurado pelos policiais, o morador da residência, Raimundo Alves de Andrade Junior, 25 anos, tinha feito o transporte de droga entre Ponta Porã e Belo Horizonte (MG) há cerca de dois meses. Pela viagem, que foi realizada, seria pago R$ 20 mil, mas houve a quitação de R$ 16 mil.
O caminhão usado continuou com Raimundo, que por não ter recebido R$ 4 mil do acordo, vendeu os pneus do veículo e o deixou em um lava a jato.
Dois dos suspeitos presos, Luan da Silva Cruz e Willian Gada, moram em Ponta Porã e foram atrás do caminhão, quando descobriram que ele estava sem os pneus.
A repreensão ocorrida no sábado, com a possível execução de Raimundo e da esposa dele seria como repressão pelo fato do que tinha ocorrido com o veículo.
O delegado Alberto Luiz Carneiro da Cunha de Miranda, da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, registrou a ocorrência como sequestro e cárcere privado.