Com o objetivo de compartilhar técnicas para fortalecer o combate ao crime organizado na fronteira, 18 oficiais da Polícia Nacional da Bolívia concluem hoje curso de treinamento em mata, no Estado.
O curso consiste em 67 horas aula e é ministrado pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
A realização desse treinamento foi acertada em abril deste ano, durante a participação do secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, e do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Waldir Acosta, em encontro na Bolívia em que se discutiu ações transnacionais de segurança.
A ação foi motivada após o assalto ao carro forte ocorrido no dia 30 de março deste ano, em Roboré, cidade boliviana localizada a 250 quilômetros da linha internacional com Mato Grosso do Sul. No Brasil, essa modalidade de roubo é conhecida como “novo cangaço”.
“É uma medida proativa no enfrentamento ao crime organizado na fronteira. Esta parceria potencializa as ações policiais na fronteira, acelera a reação policial e permite a troca de informações”, afirmou o comandante do Bope, tenente-coronel Wagner Ferreira da Silva, ao se referir sobre a importância desse curso para a integração das forças policiais da Bolívia e de Mato Grosso do Sul.
Segundo o comandante do Bope, no curso os oficiais bolivianos tiveram acesso a todo material necessário para lidar com os bandidos que atuam no chamado “novo cangaço”. Por isso, o treinamento foi focado em técnicas e táticas policiais em ambiente rural, simulando situações semelhantes ao “modus operandi” dos criminosos que atuam nessa modalidade de crime.
“Esse trabalho que coloca os policiais em regiões de difícil acesso, objetiva nesse intercâmbio preparar também os policiais bolivianos, que congregam da mesma luta que é o enfrentamento ao crime organizado”, disse o secretário José Carlos Barbosa na abertura do curso na última segunda-feira (17).
Segundo ele, o estágio já é o resultado do acordo firmado com a finalidade de combater os crimes transnacionais como o tráfico de drogas, de armas, de pessoas e roubos de veículos, além da realização de operações em conjunto.
Também presente na abertura do curso, o comandante-geral da Polícia Nacional Boliviana, Abel Galo De La Barra, disse que a violência não tem fronteiras, e esse trabalho que está sendo realizado entre os dois países é fundamental para proporcionar mais segurança para a sociedade, seja de um país ou de outro.
“Com esse treinamento vamos adquirir mais experiência para o combate na selva. Nas operações policiais lutando contra o crime organizado, acreditamos que a experiência que o Brasil tem vai nos ajudar para que possamos adquirir mais conhecimento, e diminuir os crimes que ameaçam a Bolívia. Estamos lutando contra os bandidos, mas nos falta a técnica que tem o Brasil contra essas organizações criminosas”, afirmou De La Barra.