Da lata de moedinhas da comerciante Darci Ieda Rodrigues, de 69 anos, saiu o valor necessário para um novo ventilador. A economia, que já levou a família toda para a praia, é tradição há mais de sete anos e compras programadas tem garantido descontos.
Tudo começou com o pai de Darci, que guardava parte do salário para outros investimentos. O exemplo foi aprimorado em curso de educação financeira na igreja. Desde então as moedinhas tem destino certo: três cofres. “Eles são destinados a doar, poupar e gastar”, explica a comerciante.
O ventilador comprado por R$ 99, com o dinheiro do cofre, será ressarcido pelo marido. Isso porque a ideia era trocar as moedas para garantir a compra de uma Smart TV até maio. A economia, neste caso, foi iniciada no ano passado e conta com depósitos diários de R$ 1,50.
Com uma meta bem definida, Darci conta que a família viajou há seis anos para a praia catarinense de Itapema. Foram 10 dias de diversão com os três netos, depois de juntar R$ 2,5 mil em dois anos. A recomendação que ela faz é não se contentar com pouco ao revisar os gastos. “Ao invés de uma balada, não é mais agradável viajar ou fazer um curso no exterior?”
OPORTUNIDADE
Se a crise força o apertar do cinto, também pode ser oportunidade para se rever os gastos e planejar investimentos. Guardar as moedas, por exemplo, constitui o primeiro passo de acordo com o administrador e gestor financeiro Moiseis de Souza Sonchini. Trocá-las no fim do mês, depositando em uma poupança, garante organização no processo.
Para o especialista, que leciona no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), a poupança pode ser considerada um “cofrinho” quando bem administrada. Ele sugere economias mensais até mesmo para pagar impostos como IPVA e IPTU, a fim de se aproveitar os descontos do pagamento à vista.
Controle financeiro em casa, ressalta Moiseis, ajuda na conscientização das crianças sobre uso do dinheiro e realização de sonhos de consumo a médio e longo prazo. A dica, por fim, consiste em economizar valores determinados, aplicando reajustes mensais de 3% ao montante. Com o valor se elevando, este pode ser transferido para outras modalidades de investimento como certificados de depósito bancário (CDB's) e ações na bolsa de valores. Consultar um analista financeiro, nestes casos, ajuda a não errar e perder dinheiro.