A intensificação das blitze em Campo Grande, ao mesmo tempo em que a Prefeitura enfrenta dificuldades em equilibrar o orçamento do município e garantir o pagamento do salário dos servidores, tem sido vista com desconfiança por alguns moradores. Na manhã desta sexta-feira (31), a reportagem do Portal Correio do Estado fez uma enquete sobre o assunto em sua página do Facebook e constatou que essas fiscalizações de trânsito ainda dividem opiniões.
Roberta Milena foi uma das pessoas que se mostrou favorável a relização das blitze. “Acho engraçado as pessoas reclamando de que é arrecadação pra bolso de político. Amigo, se você anda correto, com documentação correta e velocidade correta, ninguém vai te multar. Brasileiro tem a mania de ficar jogando os próprios erros nas costas de outros. Se os caras tão fazendo isso pra arrecadar dinheiro, bom pra eles que sempre tem quem anda errado. Se não querem encher os bolsos dos políticos com mais essa, façam as coisas direito. Acho blitz super certa e acredito que tinha que ser feita principalmente de noite, fins de semana e perto de bares e boates. Quem sabe pesando nos bolsos, os bonitos parem de dirigir bêbados, porque parece que matar gente não tem sido suficiente”, declarou.
A mesma opinião é compartilhada por Sebastiao Ferreira Mattje que afirma nunca ter sido multado e andar com os documentos regularizados. “Já disse e volto afirmar que é a melhor maneira de sabermos se quem está ao lado da gente no trânsito é confiável. Só não concorda com isso quem gosta de andar às margens da lei”, completou.
Erica Francé de Paula levanta a questão da intensificação das fiscalizações em meio a crise econômica enfrentada pelo município. “Só acho estranho que o número de blitz e multas serem triplicados exatamente no momento em que a prefeitura tá na maior crise de todos os tempos. Não vejo erro em fiscalizar, ao contrário, penso que esse é o meio de coibir e prevenir erros e acidentes, mas por que não fizeram a mesma quantidade de blitz ano passado? Ou retrasado? Penso que a coisa tá em um nível tão absurdo que o prefeito precisa recorrer a esse tipo de "jogada" pra arrecadar verba!
Luiz Henrique também vê a situação com desconfiança. “Só é mais uma desculpa pra arrecadar dinheiro. O país está em crise, governo e prefeitura estão sem dinheiro e a solução então é atirar pra tudo qualquer lado. A redução dos acidentes é uma consequência das blitz mas objetivo mesmo é arrecadação de dinheiro e isso é fato!”, declarou.
Em entrevista ao Correio do Estado, o major Franco Alan, subcomandante do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPTran), disse que se for comparado o primeiro semestre de 2015 com o mesmo período de 2014, a redução na quantidade de acidentes foi de 745, “graças ao aumento nas blitze “, que cresceu 55% este ano. No primeiro semestre do ano passado, 3.633 acidentes com feridos foram registrados em Campo Grande, número bem maior que os 2.888 registrados nos seis primeiros meses de 2015.