Dos 275 médicos convocados para atuarem nos postos de saúde de Campo Grande na última sexta-feira (31), apenas 12 compareceram, expondo a crise da saúde enfrentada pelo município em que as escalas de plantões não são fechadas. A informação é do presidente Sindicato Médico de Mato Grosso do Sul (SinMedMS), Valdir Siroma.
Segundo Siroma, o desinteresse da classe em ocupar as vagas está relacionado ao temor dos médicos em não receber pelos serviços prestados. “Como vou trabalhar se estão falando que não vão me pagar? É o que os colegais mais comentar”, explicou o presidente do sindicato. Além da “falta de credibilidade na gestão municipal”, outra questão apontada por Siroma é a falta de estrutura e condições de trabalho em alguns postos. “Sem aumento e com pagamento atrasado, ninguém vai trabalhar satisfeito”, declarou.
Na manhã desta terça-feira (4), Siroma participou de reunião com os secretários municipais de Governo e Relações Institucionais e de Saúde, Paulo Matos e Jamal Salém, respectivamente para tratar do preenchimento do quadro de médicos. Segundo ele, outro encontro será realizado na quarta-feira (5), para tratar do assunto. “Por enquanto nada está definido, mas a primeira coisa que a gente precisa é resgatar a confiança (na prefeitura)”, disse.
“Nós também queremos resolver de vez o problema e estamos à disposição do sindicato para prestar todas as informações necessárias e resolver a situação”, completou Paulo Matos.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), o ideal seria que 1.200 médicos estivessem atuando nas 82 unidades de saúde da Capital. Porém, com as demissões o quadro está 25% menor, com cerca de 900 profissionais disponíveis para atendimento.