Familiares de Jefferson Bruno Gomes Escobar, o “Brunão”, que acompanham o julgamento de Cristhiano Luna de Almeida, que está sendo julgado hoje em Campo Grande, esperam a condenação dele. “Hoje é dia de pôr fim a angústia que já dura quase sete anos. A expectativa é de que o responsável pelo assassinato do Brunão seja condenado. O que ele alega que foi fatalidade eu considerado que não. Quando acontece pela terceira vez não é uma fatalidade”, disse a tia de Brunão, Ana Maria Vieira, 60 anos.
Ela é policial civil aposentada e diz que o sobrinho cursava Direito e tinha o sonho de seguir carreira na área, assim como o avó que também foi policial. “Ele era querido por todos, batalhador. Trabalhava de dia na portaria da Embrapa e à noite fazia bicos para pagar a faculdade e o primeiro carro dele, que tinha comprado pouco antes de morrer. Ele só tinha 23 anos, estava no início da vida!”.
A mãe de Brunão, Ediselma Gomes Vieira, foi uma das primeiras pessoas a chegar no Fórum da Capital. Outros familiares de Brunão fazem protesto silencioso usando camisetas antigas (já que o crime tem mais de seis anos) com uma foto do jovem e a frase “Eterno Brunão, 3 anos de saudades, 3 anos de impunidade”.
O julgamento é acompanhado por várias pessoas, inclusive familiares de Cristhiano, que também usam camisetas com a frase “Estamos com você Cristhiano. Foi uma fatalidade. Justiça não é vingança”. Nenhum familiar do acusado quis dar entrevista. No início da manhã, familiares do acusado e de Brunão se desentenderam na porta do Fórum, inclusive com troca de acusações.
Brunão foi morto no dia 19 de março de 2011. Ele tentou tirar Luna - bacharel em Direito e praticante de artes marciais - de dentro de uma casa noturna após uma briga generalizada, mas acabou agredido e morto do lado de fora do local. Luna estava solto desde maio de 2011. Mas em junho deste ano o Ministério Público Estadual (MPE) pediu e o juiz Aluízio Pereira dos Santos, decretou a prisão preventiva do acusado.