Cidades

CRIME NO LAVA JATO

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Acusados de violentar adolescente em
lava jato responderão por lesão corporal

Garoto quase morreu ao ter mangueira de pressão acionada no ânus

GABRIEL MAYMONE E VALQUÍRIA ORIQUI

06/02/2017 - 17h22
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O delegado Paulo Sérgio Lauretto, da especializada na repressão aos crimes contra a criança e adolescente (Depca), classificou como “brincadeira inconsequente” o episódio em que um adolescente de 17 anos perdeu parte do intestino depois de ter mangueira de alta pressão colocada no ânus. O caso aconteceu na última sexta-feira (03), em um lava jato no Jardim Morumbi, em Campo Grande, onde trabalhava.

O dono do estabelecimento, de 20 anos, e um funcionário – também amigo e vizinho da vítima, de 30 anos, que praticaram o crime já foram ouvidos e liberados. Segundo Lauretto, os acusados prestaram socorro ao adolescente e se apresentaram à polícia. Não foi cogitado pedido de prisão. Os dois responderão pelo crime de lesão corporal grave, com pena prevista de até cinco anos de reclusão. Nenhum deles tem passagem pela polícia.

O delegado informou que a vítima sofria assédio moral, pois era alvo de constantes “brincadeiras” de péssimo gosto como apelidos pejorativos. Em certa ocasião, segundo o delegado, os dois acusados embrulharam um pedaço de durepoxi num papel de bala para enganar o adolescente. 

Os acusados disseram à polícia que, no dia do crime, o próprio adolescente começou com a “brincadeira” e teria insinuado que colocaria a mangueira no ânus do colega, que se revoltou e segurou o rapaz para o dono “revidar”. Segundo o depoimento dos dois, eles colocaram a mangueira sem tirar as roupas da vítima.

AMIGOS

A mãe da vítima, dona de casa, 44 anos, disse que faz tempo que aconselha o filho a largar de amizade com o colega de 30 anos que trabalha no lava jato. “Não é de hoje que faz esse tipo de brincadeira. Ele ia lá em casa, tomava café. Sempre alertei a parar de andar com esse menino, que ele não era boa companhia”, disse a mulher, muito abalada.

INVESTIGAÇÃO

Depois de ouvir os acusados e a família, o delegado deve intimar a depor um menino de 11 anos, cunhado de um dos investigados, que estava no local no momento do crime. Ele já falou informalmente à polícia e relatou o que aconteceu no dia. Também deve ser ouvido outro funcionário do estabelecimento, que não presenciou o crime, mas que trabalha com os envolvidos.

Assim que tiver condições de falar, a vítima também será ouvida pela autoridade policial.

NO HOSPITAL

O adolescente, que perdeu parte do intestino que foi perfurado, apresentou melhora. Ele passou para a ala amarela da Santa Casa, mas ainda está no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Não há outros procedimentos cirúrgicos previstos para serem realizados no paciente.

Anúncio no Facebook

VENDA DO LAVA JATO

Anúncio no Facebook coloca à venda o lava jato onde ocorreu o crime. A mensagem foi postada por uma mulher, na quarta-feira – dois dias antes do crime, no grupo de compra e venda intitulado “Classificadão MS”. O anúncio informa o valor de R$ 45 mil para adquirir o lava jato montado e que o dono aceita carro como parte do pagamento. O motivo apontado é mudança de cidade.

O contato para finalizar a negociação é do dono, suspeito de violentar o jovem. O celular dele está desligado.

Nos comentários, muitos, revoltados com o crime, temem que o suspeito, de fato, se mude de cidade e cobram o pedido de prisão preventiva.

CRIME

De acordo com primo do adolescente que falou sobre o caso com a reportagem, o garoto era empregado no lava a jato há pouco mais de um mês. No dia do fato, ele, o patrão e o colega recém tinham lanchado. No momento em que foram lavar carro, o garoto teria sido segurado pelas costas, despido e violentado com a mangueira no ânus.

Um dos agressores socorreu a vítima que, inicialmente, foi levada para posto de saúde e, depois, precisou ser transferida à Santa Casa. “Ele me contou que desmaiou de tanta dor. Foi socorrido por um dos homens que praticou o ato e levado para o posto de saúde do bairro, e de lá já foi entubado e encaminhado direto para a Santa Casa. O médico disse que se tivesse demorado mais um pouco para socorrer, ele tinha morrido”, contou o primo.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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