Cidades

2ª AUDIÊNCIA

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Delegado afirma na Justiça que PRF que matou empresário mentiu à polícia

Peritos e delegados negaram existência de flambadores em carro

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Delegado de Polícia Civil, Enilton Pires Zalla, afirmou que o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 46 anos, acusado de matar o empresário Adriano Correia do Nascimento após briga de trânsito, mentiu para a polícia ao dizer que estava fardado no momento do crime, quando imagens gravadas mostram que ele estava apenas com a calça do uniforme. Delegado e peritos prestaram depoimento hoje, na 2ª audiência sobre o caso, realizada na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Acusado e testemunhas de defesa serão ouvidos amanhã.

Peritos e delegados foram chamados a depor por suspeita de fraude processual, depois que dois flambadores foram encontrados na caminhonete da vítima dias depois da realização de perícia. Sobre o caso, tanto a autoridade policial quanto os peritos afirmaram que os maçaricos não estavam no veículo e teriam sido plantados posteriormente.

Em depoimento, Zalla, que era plantonista no dia e foi o primeiro delegado que atendeu a ocorrência no local, disse que ao chegar no local do crime, na avenida Ernesto Geisel, o policial não estava.

Testemunhas ouvidas na época afirmaram que Moon não estava de farda e não teria se identificado como policial. Posteriormente, ele se apresentou na Delegacia de Polícia Civil, já com o uniforme.

Zalla disse que questionou o policial, perguntando se ele estaria fardado quando abordou a vítima e foi informado por ele que sim, o que segundo o delegado, tratava-se de mentira.

“Testemunhas me relataram que ele [Moon] não estava vestido de policial. Quando encontrei ele mais tarde, ele estava de farda. Perguntei se ele estava uniformizado e ele me disse sim, eu perguntei, 'você tem certeza?', ele reafirmou que sim”, disse o delegado em depoimento.

FLAMBADORES

Quanto aos flambadores encontrados no veículo, delegado afirmou que verificou o interior do veículo e não foram encontrados os materiais. Zalla disse ainda que filmou e tirou fotos do local para inteirar o próximo delegado que assumiria o caso, João Eduardo Davanço.

Depois, delegado solicitou que perícia completa fosse feita na caminhonete, que segundo ele, teria “todas as respostas”. Em nenhuma das perícias realizadas, o objeto foi localizado. 

“Eu encontrei munições a 200 metros de distância, eu não ia enxergar um objeto desse tamanho e vermelho?”, disse Zalla ao juiz, afirmando que encontrou cápsulas longe do local onde estava o automóvel.

Agentes de polícia cientifíca também afirmaram que não havia flambadores no carro e que, caso estivessem escondidos, objetos apareceriam com o impacto da batida ou seriam encontrados nas perícias realizadas.

Delegado finalizou afirmando que tinha convicção de que houve excesso na conduta do policial e que nos depoimentos prestados por Moon à polícia, ele afirmou que motivo dos disparos foi porque empresário teria jogado a caminhonete para cima dele. Versão de que confundiu objeto com arma foi levantada depois que flambadores fora encontrados.

CASO

O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, no dia 31 de dezembro do ano passado, depois de discussão no trânsito. Adriano foi atingido por cinco disparos, segundo a perícia. Ele sofreu duas perfurações no tórax, uma na costela e outra no braço direito.

O crime aconteceu enquanto vítima e dois familiares retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário.

Informações da Polícia Civil apontam que Ricardo Moon teria disparado pelo menos sete vezes.

A assessoria da PRF em Mato Grosso do Sul afirmou que, na versão do policial preso em flagrante, ele teria tentado abordar a caminhonete Toyota Hilux conduzida por Adriano Correia, que teria desobedecido e avançado com o veículo na direção do agente. Diante da ocorrência, o policial, que dirigia uma Mitsubishi Pajero, teria perseguido a vítima e efetuado os disparos em seguida.

Policial foi indiciado pela Polícia Civil por cometer crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar, e por duas tentativas de homicídio. 

Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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