Defeso do estudante de medicina João Pedro da Silva Miranda, 23 anos, condutor de caminhonete que bateu em outro carro e matou a bacharel em direito Carolina Albuquerque Machado, 24, pediu à justiça a quebra de sigilo telefônico da vítima e perícia para apurar se ela havia bebido ou usava o celular no momento do acidente.
Pedido foi feito ao juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande e anexado ao processo na última quarta-feira (15)
"O que se tem de ponto incontroverso nos autos é que João Pedro trafegava pela Avenida Afonso Pena, e ao cruzar a Rua Paulo Coelho Machado com o sinal aberto a seu favor, o seu veículo foi abalroado pelo veículo da vítima, que atravessou a Avenida Afonso Pena com o sinal vermelho", diz a defesa.
Por este motivo, advogado afirma que há necessidade de inestigação das circunstâncias anteriores ao acidete. Sustentando que ela pode ter bebido ou que usava o celular no momento do acidente, defesa pede série de medidas para tentar comprovar sua tese.
Entre os pedidos, estão a quebra do sigilo telefônico e bancário da vítima para saber se ela ingeriu alcóol e saber localização da bacharel no período de 12 horas antes do acidente.
Também foi pedido para que seja determinado à Google ou Apple e a operadora telefônica da vítima, para saber a localização dela no dia e que seja determinado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) a realização de exame para saber se há resquício de teor alcoólico no sangue e suco gástrico da vítima.
Por fim, advogados querem abertura de investigação, com apresentação de comandas para saber o que ela consumiu, apresentação de vídeos de estabelecimentos onde ela poderia ter ido e apuração e quebra de sigilo bancário de familiares, para o caso dela ter usado cartão de crédito emprestado. Tudo na hipótese da vítima ter frequentado algum estabelecimento comercial.
Também foi designada uma empresa de perícias contratada pela própria defesa para acompanhar os trabalhos do Imol e pedido que o procedimento tramite em segredo de justiça. Requerimento é assinado pelos advogados Benedito Figueiredo, Emanuelle Ferreira Sanches e Lucas Arguelho Rocha.
O CASO
Acidente aconteceu no dia 2 de novembro, na Avenida Afonso Pena, região do Bairro Santa Fé, em Campo Grande.
Carolina Albuquerque Machado morreu depois de furar sinal vermelho e ter o veículo atingido por uma caminhonete modelo Nissan Frontier, que estava em alta velocidade e era conduzida pelo estudante de Medicina João Pedro da Silva Miranda Jorge.
João Pedro fugiu sem prestar socorro. No local do acidente permaneceu o irmão dele, 21 anos, que foi socorrido. Já o Fox parou a cerca de 110 metros do ponto de colisão.
Carolina chegou a receber atendimento, mas morreu enquanto era socorrida no local. O veículo também era ocupado por uma criança de 4 anos, que estava no banco de trás, na cadeirinha.
Estudante foi preso no dia 4 de novembro e foi liberado dois dias depois, após pagar fiança de R$ 50 mil. Em depoimento, João Pedro disse que estava a 60 km/h no momento do acidente.