Em novo acordo, integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da JBS, na Assembleia Legislativa, garantiram cinco bens da J&F para o pagamento das dívidas da empresa com o Estado. O valor total dos bens chegam a R$ 743 milhões. O contrato feito entre a J&F, o Governo do Estado e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) será assinado na tarde desta terça-feira (24).
O presidente da CPI da JBS, deputado Paulo Corrêa (PR), adiantou que na minuta do contrato os cinco bens de garantia estão livres e desimpedidos. “Se eles (J&F) não cumprirem, a ação volta e os bloqueios também”, disse Corrêa.
De acordo com informações do presidente do Legislativo, Junior Mochi (PMDB), na minuta do contrato a empresa teria carência de quatro meses para começar a pagar a dívida.
Após assinatura do termo, o acordo será levado para o juiz, Alexandre Antunes da Silva, que autorizou o bloqueio dos bens da empresa, anteriormente.
HISTÓRICO
A CPI da JBS foi criada na Assembleia baseada em acordo de delação premiada dos donos da empresa, Wesley e Joesley Batista onde os nomes dos ex-governadores André Puccinelli (PMDB), José Orcírio dos Santos (PT) e do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) foram citados.
Paulo Corrêa lembrou que a CPI foi criada para investigar as irregularidades fiscais do Estado. As primeiras atividades da comissão foram as análises dos cinco Termos de Acordo de Regime Especial (Tares) da JBS com o Governo.
Após analisarem os cinco acordos feitos durante a admnistração dos ex-governadores Puccinelli, José Orcírio e o governador Reinaldo Azambuja, a comissão comprovou irregularidades da empresa. “Em todos os tares a JBS foi réu confesso”, disse Corrêa, anteriormente.
Diante das confissões, a CPI pediu bloqueio dos bens e das contas da empresa. Segundo informações do presidente da comissão, apenas R$ 6,5 milhões em dinheiro foram bloqueados e mais R$ 730 milhões em bens.
Em contrapartida, após os bloqueios, a JBS suspendeu as atividades e os abates nas sete plantas frigoríficas, no Estado. Funcionários ficaram sem trabalhar por, aproximadamente, uma semana, mas continuaram recebendo seus salários.
Mais de quatro mil funcionários da empresa lotarem o plenário da Assembleia Legislativa e em resposta à manifestação, JBS, CPI e Governo do Estado firmaram acordo que será assinado na tarde de hoje.
Corrêa adiantou também que a dídiva da empresa com o Estado pode aumentar.