A Prefeitura de Campo Grande aguarda a chegada de 36 mil doses de vacinas extras solicitadas ao Ministério da Saúde antes do término da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe A. De acordo com a assessoria comunicação da prefeitura, seis mil doses foram solicitadas na semana passada após a morte de professor que lecionava em Escola Estadual e seriam destinadas a professores da cidade, as outras 30 mil seriam destinadas ao público em geral que não conseguiu encontrar vacina nos postos.
As doses foram requisitadas diante do argumento da prefeitura de que o número de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde não corresponde a quantidade de pessoas tidas como prioritárias.
Para o coordenador da mesa diretora do Conselho Municipal de Saúde, Sebastião Junior Arinos, as informações repassadas ao órgão federal não correspondem com a realidade da Capital.
“O Ministério liberou o número de vacinas pelos dados históricos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas a quantidade de pessoas inclusas no grupo de risco não corresponde com o número real de pessoas que deveriam receber a vacina, ou seja, recebemos menos do que o necessário”, explicou.
A quantidade de idosos e pessoas com comorbidades (doenças crônicas) são os grupos onde foram encontradas diferenças entre dados do IBGE e do mapa de aplicações de doses. “Já foram vacinados mais de 93% do público prioritário e a procura pela imunização ainda continua alta, sendo que a meta do Ministério da Saúde é bem menor, 80%”, avaliou o coordenador.
Diante dos 22 óbitos contabilizados em Mato Grosso do Sul por conta da gripe H1N1, o Conselho Municipal de Saúde vai solicitar ao Governo do Estado e ao Ministério da Saúde que busquem alternativas para o controle da doença, já que o Estado vive situação epidemiológica diferente do resto do País. Na manhã de hoje (25), Sebastião esteve reunido com equipes da área da saúde e, um dos problemas levantados foi justamente a quantidade de vacinas enviadas.
Ainda de acordo com o coordenador, o momento não é de procurar culpado, e sim de resolver o problema. “Independente se culpa foi do Estado, Município ou Federal, não queremos saber, queremos o direito da população garantido. Se o Ministério não consegue atender a população vulnerável, os outros dois gestores têm que comprar a vacina. O Ministério da Saúde tem que criar ações diferenciais para este Estado devido ao momento vivido”, pontuou o responsável pelo Conselho ao destacar que São Paulo enfrenta a mesma problemática.
Para finalizar, Sebastião alegou que consta no Ministério Público do Estado inquérito aberto para apurar possíveis irregularidades aos lotes de vacinas repassados pelo Governo Federal. “Apesar de tudo, as doses para a segunda aplicação nas crianças de 6 meses a dois anos, estão garantidas”, observou.
TRATAMENTO
Parte da quantidade dos 100 mil lotes do medicamento Tamiflu, utilizado no tratamento de pessoas infectadas com H1N1, solicitados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) junto ao Ministério da Saúde, que já confirmou o envio da substância, porém de forma fracionada, está previsto para chegar hoje (25).
A informação foi confirmada na manhã de hoje (25), durante agenda pública do Prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), pelo secretário adjunto da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Victor Barros.
“Ontem recebemos 500 comprimidos. A previsão é de que cheguem mais hoje. A medida que formos utilizando, vão encaminhando, de forma fracionada”, afirmou Barros sem precisar a quantia que deve ser enviada pelo órgão Federal.
Além disso, o responsável pela pasta no momento afirmou que a segunda dose para vacinação das crianças de seis meses a dois anos, já está garantida.
Com relação à criança de oito anos internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da Santa Casa de Campo Grande com suspeita da doença, Victor garantiu que tanto o irmão, quanto os pais da menina já estão sendo medicados com Tamiflu (medicamento usado no tratamento da gripe A).
“Existe protocolo pelo do Ministério da Saúde que adotamos em Campo Grande e fazemos o tendimento aos pacientes conforme queixa clínica. Em casos suspeitos de H1N1 é introduzido o Tamiflu no tratamento”, relatou.