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Diabetes

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Compra de um milhão de tiras reagentes deve amenizar situação de pacientes

Na Capital, 1743 pacientes utilizam o automonitoramento de glicemia

Natália Yahn

24/06/2017 - 09h18
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A aquisição de 1 milhão de tiras reagentes de medida de glicemia capilar pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande para atender os portadores de diabetes mellitus insulino-dependentes deve amenizar parcialmente o problema dos pacientes na Capital. Isso porque a prefeitura informou ontem que o insumo para automonitoramento dos usuários está disponível, porém desde março deste ano os pacientes com diabetes denunciam que estão sem medicação específica para controlar a doença pelo menos desde janeiro. 

Grupo de pessoas com a doença protestou por conta da falta do medicamento no dia 3 de março em frente ao Centro de Especialidades Médicas (CEM) e pediu agilidade da Sesau para que fosse entregue aos doentes. Na época a falta da medicação, que ainda não teve estoque regularizado de acordo com pacientes ouvidos pelo Portal Correio do Estado, pelo menos 360 pacientes que conseguiram o fornecimento da insulina lantus judiciamente foram prejudicados. “Eu ainda continuo sem a medicação, as vezes compro outras consigo com amigos”, afirmou uma paciente que pediu para não ter o nome divulgado.

Na Capital, 1743 pacientes utilizam o automonitoramento de glicemia para promover o autocuidado. Cada usuário recebe a quantidade de tiras conforme a necessidade para as medições pelo período de um mês. Do total, 619 utilizam até 60 tiras por mês, enquanto que 1134 precisam de uma quantidade maior do produto.

O último recebimento do insumo aconteceu em abril deste ano e o estoque é suficiente para atender até fevereiro de 2018. 

Os pacientes que utilizam até 60 tiras por mês retiram o material na unidade de saúde mais próxima da residência. Enquanto que os demais são atendidos no Serviço de Referência em Diabetes (Seredi), localizado no Centro Médico de Especialidades. Já as crianças são atendidas no Centro de Especialidade Infantil (CEI). Todos os pacientes que necessitam do automonitoramento de glicemia e que são atendidos nas unidades básicas de saúde precisam participar do Programa de Hipertensão e Diabetes (Hiperdia) para terem direito às tiras. Está é uma condição para promover uma melhor qualidade de vida ao usuário.

INSULINA
Por mês a Sesau afirma distribuir 1 mil refis de insulina Lantus (injetável) por mês, para os 360 pacientes. Porém muitos dizem que acabam cobrando a medicação por conta do desabastecimento na rede pública. Cada refil chega a custar entre R$ 100 e R$ 140. “A gente liga no CEM, vai lá, e sempre dizem que não tem, nem previsão. E não é só o remédio, agulha, insumos, está tudo em falta”, diz a mãe de uma paciente de 9 anos que tem diabetes.

Os dois tipos mais graves de diabetes são a “1”, que  é a condição crônica na qual o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, e a “2” que afeta a forma como o corpo processa o açúcar (glicose) do sangue. A médica endocrinologista, Luciana Bento, explica que o paciente com diabetes pode ter graves complicações caso não use a medicação corretamente. “O controle dos níveis de glicemia no sangue resulta em problemas diversos, desde alteração da consciência, que chamamos de coma, até cegueira e amputações nos membros inferiores. O açúcar no sangue é ácido, queima os vasos e afeta principalmente a região dos olhos e as pernas”.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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