Leite pasteurizado e o arroz foram os "vilões" da inflação de agosto em Campo Grande, com aumento de 7,42% e 5,81%, respectivamente. Isto porque esses produtos têm um "peso" maior no cálculo final no indicador.
Segundo pesquisa divulgada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Uniderp (Nepes), o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande encerrou o mês em 0,30%, representando queda de 0,09% em relação ao mês anterior.
O acumulado deste ano é de 5,57%, valor bem superior ao centro da meta, de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Conforme a pesquisa, não foi apenas o setor da alimentação que contribuiu para a inflação.
Habitação teve aumento de 0,16%, contribuindo 0,05% para o índice geral do mês e vestuário, registrou acréscimo de 0,32%, com contribuição de 0,03%.
Saúde e despesas pessoais também registraram aumento, mas não impactaram no índice mensal, enquanto os grupos Transportes e Educação apresentaram pequenas deflações de -0,23% e -0,20%, respectivamente.
De acordo com a pesquisa, a inflação acumulada nos últimos doze meses caiu apenas 0,01% em relação ao acumulado até julho, fechando em 9,33%. Este valor também está acima do teto, de 6,5%, e do centro, de 4,5%, das metas estabelecidas pelo (CMN).
“A inflação acumulada de 2016 não deve atingir o teto da meta, como é esperado pelo governo, pois a queda está muito lenta”, explica o coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza.
Correia pontuou ainda que “a inflação tem impactado com mais força as classes com menor poder aquisitivo, que priorizam a alimentação neste período de dificuldade”.
A boa notícia, segundo o pesquisador, é que a melhora do clima deve ajudar a baixar o índice do grupo Alimentação nos próximos meses, impactando na redução da inflação geral.
GRUPOS
As maiores altas de preços que ocorreram com no grupo Alimentação, em agosto, foram do mamão (45,67%), alho (45,03%) e melão (22,02%). Quedas de preços foram registradas com: cebola (-42,34%), manga (-24,21%), e farinha de aveia (-20,18%).
Habitação teve alta de 0,16% em relação ao mês anterior, motivada, principalmente, pelo aumento de produtos de uso doméstico, como: desinfetante (7,96%), pilha (6,19%) e saponáceo (5,33%). As principais quedas de preços ocorreram com lâmpada (-4,89%), esponja de aço (-3,09%) e carvão (-2,80%).
IPC/CG
O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.