Dois bebês passaram por cirurgia de catarata inédita realizada na Santa Casa de Campo Grande.
Benjamim Isac Brites Brandão, de seis meses, e Ana Lívia Morais dos Santos, de dois meses, foram diagnosticados com a doença (congênita) quando tinham respectivamente um mês e sete dias de vida. A cirurgia em ambos foi realizada na segunda-feira (17) e divulgada somente na quinta-feira (20).
A instituição implantou o ambulatório de catarata congênita em março deste ano, para dar melhor assistência às crianças que nascem com a alteração oftalmológica.
O primeiro bebê a passar pelo procedimento foi Benjamim, que teve o problema de visão detectado pela família.
“Ele não fixava o olhar e aí os médicos detectaram a doença. Foi um susto! Não sabia que esta doença dava em criança”, afirmou a mãe dele, Vanessa Estefani Brites dos Santos, 19 anos.
O bebê já passou por dois procedimentos cirúrgicos nos olhos e começou a enxergar. “Ele já começou a enxergar e fixar os olhos. Ele já melhorou e isso alivia muito a gente. Ele pode não enxergar 100% futuramente, mas o que importa é ele enxergar”, disse a mãe, que acredita o problema ter sido genético.
“Depois que descobrimos em Benjamim começamos a perguntar na família e aí descobrimos que do lado do meu marido há um caso”.
Já no caso de Ana Lívia, a mãe dela, Fabíola Neto Morais dos Santos, 19 anos, relata ter sofrido infecção na época da gestação o que teria provocado a catarata congênita, detectada no teste do olhinho realizado em bebês recém-nascidos.
“No teste não teve reflexo da visão e aí os médicos nos falaram o diagnóstico da catarata congênita nos dois olhos dela. Mas nos disseram que tinha possibilidade de reverter o quadro com a cirurgia”.
Com o sucesso da cirurgia, ela comemora a filha começar a enxergar. “Hoje, já notamos que ela começou a enxergar pelo menos um pouco. Sei que tem muitos obstáculos pela frente, mas como a primeira já deu certo, nossa esperança é ela enxergar 100% no futuro”, afirma a mãe.
DOENÇA
A catarata congênita ocorre por alterações na formação do cristalino e é a principal causa de cegueira na infância. A doença requer um diagnóstico precoce e tratamento cirúrgico imediatos.
“A catarata congênita é diferente para operar quando comparada com a catarata em adulto, pois o procedimento em criança visa em recuperar a visão já no adulto recupera a visão que já existia. A criança se não operar não desenvolve a visão. Essa cirurgia na verdade vai possibilitar estas crianças a terem uma vida normal no futuro e uma visão bem próxima a 100%”, explica médica Talita Richards de Andrade, responsável pelas cirurgias realizadas na Santa Casa.