Criado há cinco anos e com pedido de empréstimo travado no Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), o projeto de revitalização do Centro de Campo Grande, o Reviva Centro, deve, enfim, sair do papel. Nesta quinta-feira (17), o BID anunciou que aprovou o pedido da prefeitura de Campo Grande e irá liberar os 56 milhões de dólares necessários para a obra.
Conforme o banco, o projeto prevê a toda a revitalização da Rua 14 de Julho e das transversais. Entre os trabalhos está a requalificação da infraestrutura existente, a ampliação dos passeios públicos, a instalação de redes subterrâneas de energia e serviços de comunicação, mobiliário urbano, arborização, entre outros.
Além disso, com o valor, a prefeitura fará um projeto piloto de moradia, comércio e serviços, e a contratação de consultorias para a atualização do Plano Local de Desenvolvimento da Área Especial de Interesse Cultural do Centro.
O empréstimo tem um prazo de amortização de 25 anos, um período de graça de cinco anos e meio, taxa de juros baseada na LIBOR e conta com uma contrapartida de US$ 56 milhões.
No último dia 24 de novembro, o prefeito Alcides Bernal (PP) foi até Brasília para negociar a liberação do empréstimo. Um dos impedimentos para a liberação era o fato da prefeitura estar incluída no cadastro de inadimplentes do Governo Federal. Em setembro, houve a exclusão da cidade dessa lista depois de decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
O PROJETO
De tudo que precisa ser feito para que a 14 de Julho seja definitivamente revitalizada, o rebaixamento da fiação está entre as missões mais difíceis de serem executadas. Todo o processo foi estudado antes de ser colocado no papel, no entanto, o presidente do Conselho do Comércio Central alerta para os riscos que toda a alteração trará aos lojistas, principalmente os de pequeno porte.
Outra preocupação do conselheiro está ligada ao rebaixamento da fiação, durante o processo, que não deve ser rápido, os lojistas que não tiverem se preparado financeiramente para a mudança podem sofrer um duro golpe.
Apesar do temor e da incerteza dos próximos meses ou anos, a associação que representa os comerciantes concorda com a execução do Reviva Centro e vê o projeto como necessário para que o comércio passe por uma transformação, mesmo que para isso o setor sofra baixas como a falência ou desistência de alguns comerciantes. Para quem depende das vendas para sobreviver, resta a angústia da espera.