Cidades

MEIO AMBIENTE

Canindés encontram na cidade local adequado para reprodução

Em meio ao caos urbano, a beleza das araras colore Campo Grande

KLEBER CLAJUS

21/12/2015 - 11h00
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As araras azuis saíram no ano passado da lista de extinção, enquanto as Canindés dominam o cenário urbano e possuem roteiro turístico exclusivo em Campo Grande. Elas, inclusive, se tornaram ave símbolo da busca por políticas públicas de proteção a biodiversidade.

Pesquisadores do Instituto Arara Azul, como o biólogo Edson Diniz, explicam que fatores como o fácil acesso à comida e a estrutura de ninhos trouxeram as araras do campo para a cidade. Buritis e palmeiras imperiais são transformadas no ambiente ideal para a reprodução da espécie entre os meses de agosto e dezembro. Em média são colocados dois ovos, porém o ciclo de desenvolvimento raramente ultrapassa o de um filhote.

Foi o que aconteceu na Avenida Fábio Zahran, próximo à avenida das Bandeiras, onde o Correio do Estado acompanhou roteiro realizado pelo instituto para turistas, com valores a partir de R$ 120. Eram para sair duas ararinhas do ninho, porém uma delas havia morrido semanas antes em decorrência da chuva intensa. Com 40 dias, a que ficou, grasnava alto ao ser retirada para registro do desenvolvimento do bico, peso e comprimento. Auxiliadas por escada e cordas, as biólogas Sabrina Appel e Aline Calderan, ainda tinham que encarar o olhar desconfiado de quem passava pelo local e não conhecia a pesquisa desenvolvida desde 2011. 

Os trabalhos, na verdade, foram iniciados como extensão de pesquisa da bióloga e professora doutora Neiva Guedes, que se dedica há 26 anos à preservação das araras azuis no Pantanal. Com viés urbano, o projeto permite compreender melhor a interação das araras Canindé em meio aos carros, fios e prédios. O filhote próximo da avenida, por exemplo, deve ter a plumagem completa para voar no fim deste mês.

Em outro ponto, no Bairro Chácara Cachoeira, visitamos uma palmeira imperial em frente a uma clínica odontológica. Afinal, dos 50 ninhos ativos na Capital a maioria está localizado em áreas particulares. 

A secretária Andreia Martins contou que o tronco virou ninho depois da chefe decidir cortar sua copa, porque a árvore prejudicava a calçada. Com isso, um jovem casal de Canindés adotou o endereço na Rua 7 de Setembro.

O barulho característico distrai os pacientes que, muitas vezes, param para contemplar a ave de 80 centímetros e atrasam o horário no dentista para tirar fotos. “Somos como pais adotivos torcendo para que eles dêem certo. Fico ansiosa porque esta é a terceira tentativa deles [de ter um filhote]”, relatou Andreia, aliada dos pesquisadores no monitoramento semanal.

Diferente das araras azuis, que comem apenas as castanhas de acuri e bocaiúva, as Canindés possuem cardápio mais amplo ao ingerir insetos, sementes, manga, caju, goiaba e sete copas. Por isso, não é raro encontrá-las nos quintais disputando espaço com papagaios, maritacas e maracanãs que também compõe a família Psittacidae.

Quase no fim do roteiro, que se encerra no ponto turístico da Praça das Araras, no Bairro Amambai, os pesquisadores nos apresentam o primeiro ninho de Arara Azul em Campo Grande. O azul cobalto do casal se destaca em meio à paisagem do cerrado.  É no meio de um lago e dentro do tronco de Buriti que eles escolheram constituir família. Na visita, haviam somente ovos e a espera agora será para ver se eles serão em breve uma nova arara voando no céu.

*A matéria completa está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.

 

Fiscalização

Sefaz-MS envolve ícone global da joalheria em possível fraude milionária

Designer Ara Vartanian e advogado Augusto de Arruda Botelho, pedem à Justiça para impedir inquérito criminal sobre subfaturamento de joias em Mato Grosso do Sul

13/12/2025 05h00

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O economista e joalheiro Ara Vartanian, sócio da Avartanian Comércio Ltda., ingressou com habeas corpus na Justiça de Mato Grosso do Sul para barrar a abertura de inquérito policial no qual poderá ser investigado por fraude tributária contra o fisco estadual.

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Em novembro último, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

“Sobreleva ressaltar que os atos e fatos caracterizadores da infração tributária de que decorre a notícia-crime ultrapassam, em termos de gravidade, as fronteiras da própria infração, porquanto se tratam de evidências de fraude e de ilícitos fiscais tributários que adentram o campo do crime contra a ordem tributária”, argumentou o superintendente.

No mesmo documento, Bastos pede que a Polícia Civil desvende a real natureza e a finalidade da operação envolvendo o transporte das joias e identifique os partícipes envolvidos — inclusive eventuais beneficiários ocultos — na suposta fraude e nos possíveis ilícitos fiscais tributários.

O superintendente ainda solicitou que a Polícia Civil apure a possível existência de outros atos ou fatos da mesma natureza, ou até mesmo a ocorrência de um “esquema estruturado”.

Assinatura do pedido

O habeas corpus ajuizado por Ara Vartanian é assinado pelo advogado Augusto de Arruda Botelho, que ganhou notoriedade por integrar o Grupo Prerrogativas, formado por advogados de viés progressista.

Mais recentemente, Botelho voltou ao noticiário após viajar no mesmo jatinho que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli para Lima, no Peru, onde ambos assistiram, no mês passado, à final da Copa Libertadores da América entre Palmeiras e Flamengo.

A final ocorreu poucos dias antes da decisão de Toffoli de concentrar em seu gabinete as decisões para ampliar o sigilo da investigação da Polícia Federal sobre fraudes de bilhões de reais no Banco Master. Botelho é advogado de um dos envolvidos na investigação.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O pedido foi distribuído ao Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande. Ainda não houve decisão.

O joalheiro

Ara Vartanian é um dos nomes mais respeitados e reconhecidos da joalheria contemporânea brasileira, com projeção internacional. Fundador da marca que leva seu nome, ele construiu uma assinatura própria ao romper padrões tradicionais da alta joalheria, criando peças autorais marcadas por design arquitetônico, inovação estética e uso ousado de gemas.

Seu trabalho ganhou destaque mundial especialmente pela releitura dos anéis de diamantes negros e pelo uso de cortes e cravações não convencionais, que ajudaram a reposicionar a joalheria brasileira no circuito global de luxo.

Formado em joalheria em instituições internacionais e herdeiro de uma tradição familiar no setor, Ara Vartanian transformou o ateliê em São Paulo em um laboratório criativo que dialoga com arte, moda e arquitetura. Suas joias são usadas por celebridades e vendidas em mercados estratégicos como Estados Unidos, Europa e Ásia, consolidando sua reputação como referência global em alta joalheria autoral.

Mais do que criar peças, Ara é visto como um inovador que ampliou os limites estéticos da joia, tornando-se um ícone da joalheria contemporânea.

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Cidades

Petroleiros mantêm início da greve nacional dos petroleiros para a segunda-feira, 15

A Petrobras diz que respeita o direito de manifestação dos empregados

12/12/2025 22h00

Crédito: Fernando Frazão / Agência Brasil

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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos reafirmaram nesta sexta-feira, 12, que está mantida a deflagração de uma greve nacional a partir da zero hora de segunda-feira, 15. A Petrobras disse que segue aberta à negociação.

A decisão foi tomada na última quarta-feira, após a apresentação, pela companhia, de uma segunda contraproposta para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), considerada insuficiente pelas entidades que representam a categoria. O comunicado de greve foi enviado à empresa nesta sexta.

A Petrobras diz que respeita o direito de manifestação dos empregados e, em caso de necessidade, adotará medidas de contingência para a continuidade de suas atividades.

Divergência

A FUP diz que o ACT não avança nos três pontos centrais discutidos desde o início das negociações e, por isso, os sindicatos notificarão nesta sexta a empresa sobre a paralisação A agenda de reivindicações inclui os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.

A FUP e seus sindicatos afirmam que, além de não apresentar respostas conclusivas sobre o tema, debatido há quase três anos com o governo e entidades de participantes, a Petrobras não trouxe soluções consistentes para outras pendências acumuladas durante o processo de negociação.

A proposta de aprimoramento do plano de cargos e salários e garantias de recomposição sem aplicação de mecanismos de ajuste fiscal e o fortalecimento da Petrobras são os outros dois pontos que motivam a paralisação.

Desde a quinta-feira, um acampamento foi montado em frente ao prédio da Petrobras no Rio de Janeiro. A estatal diz manter um "canal de diálogo permanente com as entidades sindicais, independentemente de agendas externas ou manifestações públicas promovidas".

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