Depois da divulgação da morte de homem de 44 anos, vítima de ataque cardíaco enquanto praticava exercícios em academia localizada no shopping Norte Sul em Campo Grande, leitores do Portal Correio do Estado deram início a uma discussão sobre a responsabilidade dos estabelecimentos em cobrarem atestado médico no ato da inscrição. A prática é obrigatória, mas conforme o Conselho Regional de Educação Física de Mato Grosso do Sul (Cref) não é garantia da ausência de riscos.
Vice-presidente do Cref, Joacyr Lima de Oliveira Junior informou que não houve nenhum erro de atuação na academia Smart Fit, onde ocorreu o caso. “O que posso falar é que na parte que diz respeito ao conselho, eles estavam totalmente de acordo”.
Oliveira ressalta que o atestado médico é um documento simples e informa apenas a aptidão ou não da pessoa em praticar exercícios. “O que a gente defende é uma avaliação médica completa, além da avaliação física na academia. Mesmo assim pode acontecer um mal súbito. 100 % seguro ninguém está, mas a avaliação minimiza os riscos”.
Quanto a orientação para os frequentadores de academia, Oliveira diz que devem estar atentos quanto a presença dos profissionais de educação física. Segundo ele, a lei não estabelece um número limite de alunos por instrutor, mas proíbe a ausência de ao menos um profissional em qualquer horário. Estagiários também não podem ficar sozinhos no estabelecimento.
Professora da academia Estação do Corpo, Elke Vargas lamenta que algumas pessoas vejam o atestado apenas como uma espécie de cláusula a ser cumprida. “ Não entendem como um documento que diz se você está bem ou não. A gente precisa conscientizar as pessoas a buscarem qualidade de vida. Geralmente vem para academia por estética ou quando o médico manda”, finaliza.
O CASO
Nuno José Lamela da Costa Dias morreu por volta das 9h30min desta quinta-feira (11), depois de quase 1 hora de tentativa de reanimação de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros. Ele fazia exercícios com o pai e passou mal logo depois do alongamento.
Conforme os bombeiros, Nuno tinha histórico de doença cardíaca, era obeso e havia há poucos dias começado a treinar musculação.