Agredir e raspar o cabelo de mulheres que se envolvem com homens comprometidos é prática comum entre a comunidade da periferia, de Campo Grade. A declaração foi dada por Gabriela Santos Antunes, de 20 anos, e Emilly Karoliny Leite, 19 anos, durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri, na tarde de hoje (2). Elas são acusadas de matar a manicure Jennifer Nayara Guilhermete, 22 anos.
Durante depoimento à Justiça, Emilly informou que não conhecia a manicure a e intenção “era dar um susto”. Conforme a acusada, uma mulher que rouba ou fica com o namorado de outra é chamada de "talarica" e a punição, nestes casos, é agressão e corte de cabelo que, segundo Emilly, era o que seria feito com Jennifer.
Quando eram adolescentes, as acusadas já agrediram e rasparam a cabeça de uma outra mulher por ciúmes. “Como já fizemos uma vez, íamos fazer de novo”, disse Emilly durante o julgamento.
Em seu depoimento, Gabriela chorou copiosamente e declarou arrependimento pelo crime, que foi motivado por ciúmes. Ela declarou que o tiro só foi disparado porque ela se irritou com uma declaração da vítima.
Nove testemunhas seriam ouvidas pelo juiz na audiência de hoje, no entanto, apenas três prestaram depoimento, sendo duas de defesa de Gabriela e uma de Emilly. No dia 12 de abril, cinco testemunhas de acusação foram ouvidas.
Juiz titular da 2ª Vara, Aluizio Pereira dos Santos, disse que com os depoimentos a etapa de instruções chegou ao fim. Agora, se inicia a fase de alegações finais, da defesa e acusação e, em seguida, a sentença que vai decidir se o caso vai ou não para júri popular. A previsão é que todo este processo ocorra em um mês.
CASO MANICURE
Jennifer foi morta a tiros no dia 15 de janeiro e localizada na Cachoeira do Céuzinho um dia depois. Gabriela e Jennifer tinham uma briga há cerca de quatro anos. A manicure havia namorado o atual companheiro de Gabriela e isso ainda era motivo de ciúmes.
Primeiramente, Gabriela foi até Jennifer, que estava na casa de uma cliente no Bairro Vida Nova. O argumento utilizado para a vítima entrar no carro e sair do local era de que Gabriela queria resolver a briga das duas.
Gabriela disse que elas seguiriam para a casa de uma outra pessoa, próximo a Avenida Euler de Azevedo, sentido a Cachoeira Ceuzinho, onde haveria a conciliação da briga.
Emilly e uma adolescente de 16 anos, sobrinha de Alisson, também estavam no carro. No local do crime, Gabriela sacou a arma e desceu do veículo junto com a vítima, até a cachoeira, onde fez os disparos.